Mundo enfrenta riscos crescentes de uma nova corrida armamentista nuclear

Os principais países com arsenais nucleares estão modernizando suas capacidades bélicas, segundo um relatório do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri) divulgado nesta segunda-feira, 16. O documento alerta para uma nova corrida armamentista nuclear, com um aumento significativo no número de ogivas, especialmente na China.

Historicamente, desde o fim da Guerra Fria, as potências nucleares, como Estados Unidos e Rússia, têm reduzido seus arsenais. Contudo, essa tendência pode estar mudando. O Sipri destaca que os EUA e a Rússia, que detêm cerca de 90% das ogivas nucleares do mundo, estão modernizando suas armas e adicionando novas versões. Dan Smith, diretor do Sipri, afirma que "o número de ogivas nucleares operacionais começa a aumentar".

A China, que atualmente possui cerca de 600 ogivas, está expandindo seu arsenal rapidamente, com a previsão de alcançar 1.000 ogivas em sete ou oito anos. O Sipri estima que, até janeiro de 2025, haverá um total de 12.241 ogivas nucleares no mundo, com 9.614 delas armazenadas para uso potencial.

Modernização Global

Além das potências tradicionais, outros países também estão ampliando suas capacidades nucleares. O Reino Unido, que não aumentou seu número de ogivas em 2024, pode ver seu arsenal crescer devido a uma decisão de 2021 de elevar o limite de 225 para 260 ogivas. A França mantém cerca de 290 ogivas, mas seu programa de modernização nuclear avançou em 2024.

Na Ásia, Índia e Paquistão continuam a desenvolver novos sistemas de armas nucleares. A Índia possui aproximadamente 180 ogivas, enquanto o Paquistão mantém cerca de 170. O programa nuclear da Coreia do Norte, estimado em 50 ogivas, pode chegar a 90 no futuro, segundo o relatório.

Desafios Tecnológicos

O Sipri adverte que a nova corrida armamentista não se limita ao aumento do número de ogivas. Ela será marcada por inovações tecnológicas, incluindo desenvolvimentos no espaço e no ciberespaço. Dan Smith ressalta que a inteligência artificial desempenhará um papel crucial, inicialmente como suporte humano, mas com o risco de avançar para automação total, o que deve ser evitado.