Política

Israel x Irã: entenda o que está por trás do novo capítulo da guerra no Oriente Médio

Se você está perdido com os acontecimentos, o Portal Tela te ajuda a entender o histórico por trás do confronto e os motivos que explicam essa escalada.

Destruição na Faixa de Gaza. (Imagem: Creative Commons)

Destruição na Faixa de Gaza. (Imagem: Creative Commons)

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Nesta última semana, inúmeras notícias sobre o conflito entre Israel e Irã levantaram dúvidas: a guerra não era com a Palestina? O que o Irã tem a ver com a Faixa de Gaza? E o que esperar daqui pra frente?

Origem do conflito

De forma resumida — porque esse tema renderia uma série de matérias — o conflito no Oriente Médio tem origem na criação do Estado de Israel, em 1948, numa região onde judeus e árabes já viviam há séculos. Ao longo dos anos, guerras, ocupações e o avanço de assentamentos israelenses em áreas destinadas a um Estado Palestino alimentaram uma disputa contínua. A Faixa de Gaza e a Cisjordânia deveriam compor esse Estado Palestino, mas Gaza, sob bloqueio aéreo, naval e terrestre de Israel desde 2007, segue impossibilitada de construir uma vida minimamente autônoma.

A proposta de dois Estados — com fronteiras seguras para israelenses e palestinos — é vista como a única saída pacífica viável. Mas radicais dos dois lados continuam a minar esse caminho. Desde 2023, mais de 50 mil palestinos morreram em Gaza, enquanto Israel sofreu mais de 1.200 mortes no ataque inicial do Hamas.

Onde que entra o Irã?

A relação entre Israel e Irã já foi cordial: em 1947, o Irã chegou a apoiar o plano da ONU que previa a divisão da Palestina em dois Estados. Mas tudo mudou em 1979, com a Revolução Islâmica, que levou ao poder os aiatolás xiitas. Desde então, Teerã passou a ser uma das principais vozes contrárias à existência de Israel.

Israel, por sua vez, considera o programa nuclear iraniano uma ameaça existencial. O temor levou Israel, com apoio dos EUA, a sabotar instalações nucleares iranianas com ataques cibernéticos, como o caso do vírus Stuxnet nos anos 2000, e, segundo Teerã, a assassinar cientistas envolvidos no programa nuclear — como Mohsen Fakhrizadeh, morto em 2020.

Além disso, o Irã financia e apoia grupos armados como o Hezbollah, no Líbano, e os Houtis, no Iêmen, além de ter laços com o Hamas e a Jihad Islâmica. Todos esses grupos são adversários declarados de Israel e participam direta ou indiretamente do atual cenário de guerra.

Situação atual

A guerra em Gaza já dura mais de 600 dias. Mais de 50 reféns israelenses ainda estão em poder do Hamas desde 7 de outubro. Mas o conflito ultrapassou as fronteiras palestinas. Grupos aliados ao Irã lançam foguetes do Líbano, do Iêmen e da Síria, enquanto Israel responde com bombardeios — o mais recente, em 13 de junho, atingiu alvos iranianos e matou 224 pessoas no Irã e 20 em Israel, segundo dados oficiais.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu lidera um governo radical, cercado por inimigos igualmente radicais nas fronteiras. Do outro lado, o Irã continua investindo em sua influência regional, mesmo sob sanções internacionais. Israel teme que o programa nuclear iraniano evolua para fins militares. O paradoxo: Israel também possui um programa nuclear militar não declarado. Ambos se veem como ameaças existenciais e, como num faroeste, a pergunta que resta é quem atira primeiro.

O conflito entre Israel e Irã é mais um capítulo de uma disputa longa e complexa que ultrapassa as fronteiras da Palestina. Alimentado por décadas de desconfiança, rivalidade política e interesses estratégicos, ele ameaça ampliar ainda mais a instabilidade no Oriente Médio. Enquanto isso, civis continuam pagando o preço mais alto, e a solução diplomática — embora cada vez mais distante — segue sendo a única saída possível para a paz.

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