Retrato de Che Guevara completa 65 anos e permanece ícone político mundial

A fotografia de Che Guevara, capturada por Alberto Korda em 1960, é reconhecida como a imagem mais reproduzida da história. Este retrato se tornou um símbolo da luta política de esquerda e continua a ressoar em diversas gerações.

Korda, que inicialmente não era fotógrafo de guerra, registrou a imagem durante os funerais de vítimas da explosão do navio La Coubre em Havana. O evento, que ocorreu em 4 de março de 1960, foi marcado por um discurso de Fidel Castro, que atribuiu a tragédia a uma sabotagem dos Estados Unidos. A foto de Che, com seu olhar intenso, foi inicialmente ignorada pela imprensa cubana, mas ganhou notoriedade após a morte do guerrilheiro em 1967.

Korda expressou sua insatisfação com o uso comercial da imagem, especialmente em campanhas de marketing. Em 2000, ele criticou publicamente uma campanha que associava a foto a uma bebida alcoólica, afirmando que isso era uma ofensa à memória de Che, que nunca consumiu álcool. O fotógrafo processou a agência responsável e a campanha foi retirada do ar.

Impacto Cultural

A imagem de Che Guevara transcendeu o contexto histórico, sendo utilizada em protestos e manifestações ao redor do mundo. Desde os anos 1960, a fotografia tem sido um símbolo de resistência política, aparecendo em cartazes, camisetas e bandeiras. Artistas como Jim Fitzpatrick e Andy Warhol reinterpretaram a imagem, solidificando seu status icônico.

Korda, que faleceu em 2001, permaneceu à margem do reconhecimento por muito tempo, enquanto sua fotografia se espalhava globalmente. O legado de Che, ressignificado por novas gerações, continua a inspirar movimentos sociais e políticos, reafirmando a relevância da imagem na luta por justiça social.