22 de jun 2025

Netanyahu intensifica conflitos e aumenta tensão no Oriente Médio
Israel intensifica ataques ao Irã, alterando o equilíbrio de poder no Oriente Médio e provocando críticas de monarquias do Golfo.

Homem balança bandeira do Irã diante de uma réplica da Mesquita do Domo da Rocha em Teerã (Foto: Arash Khamooshi/The New York Times)
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Israel intensifica ataques ao Irã em meio à guerra em Gaza
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou um ataque sem precedentes ao Irã, buscando desestabilizar o Eixo da Resistência. A ofensiva ocorre uma semana após o maior ataque militar israelense contra o Irã na história, em resposta ao ataque do Hamas em outubro de 2023. A guerra em Gaza, que já resultou em milhares de mortes, também alterou as relações regionais, com monarquias do Golfo se distanciando de Israel.
Netanyahu, em entrevista à Rádio Kan, afirmou que estão mudando a face do Oriente Médio e que a guerra contra o Irã é a fase final de uma estratégia mais ampla. O ataque ao Hamas, que deixou cerca de 1,2 mil mortos em Israel, facilitou a expansão das colônias judaicas na Cisjordânia, consideradas ilegais pela comunidade internacional. O apoio de Donald Trump durante seu mandato incentivou Netanyahu a seguir essa rota agressiva.
Mudanças no equilíbrio de poder
A ofensiva israelense não se limitou ao Hamas. Israel também atacou o Hezbollah no Líbano, eliminando líderes do grupo e causando danos significativos. O Hezbollah, embora apoie o Irã, enfrenta dificuldades internas e não parece disposto a entrar em um novo conflito. Na Síria, a situação é igualmente complexa, com o regime de Bashar al-Assad enfraquecido e bombardeios constantes.
O planejamento dos ataques ao Irã, que começou a ser elaborado no ano passado, apostou na fragilidade das defesas iranianas. Paulo Velasco, professor de Relações Internacionais, destacou que a insatisfação interna no Irã, combinada com ações militares, pode levar ao colapso do regime. A guerra também desvia a atenção dos problemas internos de Netanyahu, que enfrenta questões relacionadas a reféns e sua própria situação política.
Reações regionais e futuras implicações
As monarquias do Golfo, que buscavam normalizar relações com Israel, agora criticam as ações israelenses. O ministro do Turismo de Israel, Haim Katz, havia visitado a Arábia Saudita antes da guerra em Gaza, mas as conversas foram suspensas após a escalada do conflito. As monarquias estão se unindo em um discurso crítico em relação a Israel, temendo um Irã fortalecido.
A instabilidade na região é palpável, com mudanças significativas no equilíbrio de poder. Gunther Rudzit, professor de Relações Internacionais, observa que o Oriente Médio está se transformando em um cenário de instabilidade, com a queda de atores e o enfraquecimento de forças estabelecidas. A situação atual pode representar um novo normal para a região, marcada por tensões e incertezas.
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