26 de jun 2025

Famílias de combatentes do PKK esperam fim de conflito de 40 anos na Turquia
PKK busca encerrar insurgência, mas a violência persiste e a paz com a Turquia continua sem avanços significativos.

Apoiadores do PKK e de seu líder preso Abdullah Ocalan (na foto) se reúnem no sudeste da Turquia após o grupo ter anunciado no mês passado que iria se desbandar. (Foto: MUSTAFA OZER/AFP via Getty Images)
Ouvir a notícia:
Famílias de combatentes do PKK esperam fim de conflito de 40 anos na Turquia
Ouvir a notícia
Famílias de combatentes do PKK esperam fim de conflito de 40 anos na Turquia - Famílias de combatentes do PKK esperam fim de conflito de 40 anos na Turquia
Quando o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) anunciou, no mês passado, sua intenção de se desbandar e encerrar a insurgência de quatro décadas contra a Turquia, Leila viu uma luz de esperança. Seu filho, que se juntou ao grupo há três anos, ainda está nas montanhas remotas de Qandil, na fronteira entre o Iraque e o Irã. Apesar da expectativa, Leila afirma que nada mudou desde o anúncio, e a violência continua.
O PKK, considerado uma organização terrorista por vários países, incluindo Turquia, EUA, Reino Unido e UE, tem um histórico de conflitos que resultaram em mais de 40 mil mortes, muitas delas de civis. O grupo, que inicialmente buscava um estado curdo independente, mudou seu foco para a autonomia cultural e política dos curdos. Leila, que vive na região semi-autônoma do Curdistão iraquiano, acredita que seu filho foi "manipulado" pela ideologia do PKK.
Tensão e Desconfiança
Embora o anúncio do PKK tenha sido visto como um momento histórico, nenhum processo de paz formal foi iniciado com a Turquia. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, declarou que a decisão do PKK representa um passo importante para um país livre de terrorismo. No entanto, a falta de um cessar-fogo oficial e os relatos de violência persistente indicam que a situação permanece tensa.
O PKK, em comunicado, afirmou estar comprometido com o processo de paz, mas enfatizou que a libertação de seu líder, Abdullah Ocalan, é essencial. A posição de um comandante local do PKK sugere que a desarmamento não está em discussão, refletindo a desconfiança em relação às intenções turcas.
Futuro Incerto
A incerteza sobre o futuro dos combatentes do PKK e a reintegração deles na sociedade turca é uma preocupação. Autoridades turcas não esclareceram se os membros que não cometeram crimes enfrentarão punições. Enquanto isso, outros grupos curdos, como o YPG na Síria, observam a situação de perto, já que a Turquia considera essas organizações como extensões do PKK.
Para mães como Leila, as complexidades políticas são irrelevantes. O que realmente importa é o retorno de seus filhos. "Ele voltará quando perceber que a vida nas montanhas é insuportável", diz Leila, que planeja deixar sua cidade natal se isso acontecer.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.