Política

Governos da África Oriental buscam silenciar vozes dissidentes na região

Protestos em Kenya resultam em dez mortes e intensificam a repressão governamental, levantando preocupações sobre a democracia na região.

A repressão do Quênia aos manifestantes no último ano manchou sua imagem como um farol de democracia (Foto: AFP/Getty Images)

A repressão do Quênia aos manifestantes no último ano manchou sua imagem como um farol de democracia (Foto: AFP/Getty Images)

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Kenya enfrenta uma onda de repressão que ameaça sua imagem como um bastião da democracia na África Oriental. Recentes protestos contra o governo de William Ruto resultaram em pelo menos 10 mortes, com a polícia sendo acusada de brutalidade. A situação se agravou após a morte do blogueiro Albert Ojwang em custódia policial, levando a novas manifestações.

Os protestos, que começaram em resposta a tentativas do governo de proibir a cobertura ao vivo das manifestações, foram marcados pela presença de jovens nas ruas, lembrando aqueles que morreram em protestos anteriores. O jornal Standard descreveu a situação como um "regime fora da lei", destacando a repressão que os manifestantes enfrentaram. O ministro do Interior, Kipchumba Murkomen, defendeu a atuação policial, alegando que houve "notável contenção" diante de uma suposta tentativa de golpe.

A Law Society of Kenya criticou a resposta da polícia, afirmando que a agressão e a força excessiva não têm lugar em uma sociedade democrática. O clima de tensão se intensificou após a morte de Ojwang, que foi preso por suposta difamação e morreu devido a ferimentos de agressão. Sua morte provocou protestos em Nairobi, que foram reprimidos pela polícia, resultando em feridos, incluindo um vendedor de rua.

Repressão Regional

A repressão em Kenya levanta preocupações sobre a estabilidade democrática na região. Observadores notam que o país pode estar seguindo o exemplo de Uganda e Tanzânia, onde a repressão a opositores é comum. A ativista Martha Karua alertou para uma crise democrática iminente, enquanto mais de 80 pessoas foram sequestradas no último ano, alimentando temores sobre a liberdade de expressão.

A situação é ainda mais complexa com a colaboração entre agências de segurança de Kenya, Uganda e Tanzânia para reprimir a oposição. O político ugandense Kizza Besigye, que foi detido em Nairobi, e a ativista tanzaniana Maria Sarungi Tsehai, que também foi sequestrada, exemplificam a crescente repressão que se estende além das fronteiras.

A resposta internacional tem sido considerada insuficiente, com a União Africana e as Nações Unidas sendo criticadas por sua falta de ação. O governo de Ruto, ao se desculpar com a Tanzânia por incidentes envolvendo ativistas, demonstra uma preocupação com a estabilidade interna e a pressão para controlar a dissidência. A repressão crescente em Kenya e seus vizinhos destaca um desafio significativo para a democracia na região.

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