26 de jun 2025

Leila Guerriero revela a história da mais incômoda vítima da ditadura argentina
Leila Guerriero revela a história de Silvia Labayru, sobrevivente da ditadura argentina, em um momento crítico de revisão da memória histórica do país.

A escritora Leila Guerriero durante a Flip em 2017, em Paraty (Foto: Bruno Santos/Folhapress)
Ouvir a notícia:
Leila Guerriero revela a história da mais incômoda vítima da ditadura argentina
Ouvir a notícia
Leila Guerriero revela a história da mais incômoda vítima da ditadura argentina - Leila Guerriero revela a história da mais incômoda vítima da ditadura argentina
A Chamada, nova obra da escritora argentina Leila Guerriero, explora a vida de Silvia Labayru, uma sobrevivente da ditadura militar na Argentina. O livro, que chega ao Brasil pela editora Todavia, revela aspectos pouco discutidos da memória histórica do país.
Labayru, presa em 1976 por integrar a guerrilha urbana dos Montoneros, foi torturada na Esma, um dos principais centros de tortura da época. Grávida de cinco meses, deu à luz sua filha sob condições desumanas. Guerriero destaca que Labayru foi estigmatizada por seus pares, que a acusaram de traição por ter se infiltrado em um grupo de religiosas, resultando no sequestro e assassinato de várias pessoas, incluindo mães da Praça de Maio.
A obra de Guerriero não apenas narra a história de Labayru, mas também provoca reflexões sobre a memória coletiva e a política atual na Argentina. O lançamento coincide com um governo que minimiza a repressão da ditadura, o que torna a narrativa ainda mais relevante. Guerriero observa que muitos relatos de sobreviventes permanecem fora do debate público, e a história de Labayru é um exemplo disso.
A autora enfatiza que não escreveu o livro para defender Labayru, mas para dar voz a uma história marcada por estigmas. Guerriero dedicou dois anos entrevistando Labayru, buscando entender suas experiências e as complexidades de sua sobrevivência. A obra, portanto, não é apenas uma biografia, mas um convite à reflexão sobre a memória e a verdade histórica na Argentina contemporânea.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.