Glastonbury: protestos pró-Palestina geram polêmica entre artistas no festival

O Glastonbury Festival, um dos mais icônicos eventos de música do mundo, está no centro de uma controvérsia política após apresentações de artistas que criticaram Israel. No último sábado, 28 de junho, o grupo Kneecap e o duo Bob Vylan fizeram declarações polêmicas durante seus shows, levando a uma reprimenda dos organizadores e a uma investigação policial.

Durante sua apresentação, o Kneecap, conhecido por seu ativismo pró-Palestina, acusou Israel de ser um "criminoso de guerra". O rapper Mo Chara provocou a multidão, desafiando o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, que havia criticado a presença do grupo no festival. Chara instigou os presentes a gritarem "Palestina livre!" e fez comentários contundentes sobre a situação no Oriente Médio.

Reações do Festival e da Mídia

Os organizadores do Glastonbury expressaram estar "chocados" com as declarações de Bob Vylan, que também incitou a multidão a clamar "morte às Forças de Defesa de Israel". A BBC, que transmitiu o show ao vivo, classificou os comentários como "profundamente ofensivos" e decidiu não disponibilizar a apresentação na plataforma iPlayer. A polícia de Somerset está avaliando as gravações para determinar se houve incitação à violência.

A embaixada de Israel no Reino Unido manifestou preocupação com a retórica "inflamatória e odiosa" dos artistas, alertando sobre os riscos de normalização de discursos extremistas. Starmer, por sua vez, criticou a performance, afirmando que não há justificativa para discursos de ódio.

Contexto e Desdobramentos

O festival, que começou na quarta-feira e se encerra neste domingo, já enfrentou críticas antes do evento, especialmente em relação ao Kneecap, que teve um de seus membros acusado de terrorismo. Apesar das controvérsias, o festival continua a ser um espaço de debate e expressão, refletindo a diversidade de opiniões na sociedade contemporânea.

Artistas como Fontaines D.C. e Massive Attack demonstraram apoio ao Kneecap, enquanto a situação levanta questões sobre liberdade de expressão em eventos artísticos. O Glastonbury, que promove a união através da música desde 1970, se vê agora em meio a um intenso debate sobre os limites da expressão artística e a responsabilidade das plataformas de mídia.