30 de jun 2025



Bukele justifica prisão de 1,5% da população de El Salvador em meio a críticas
Nayib Bukele justifica a prisão de 1,5% da população e destaca queda de homicídios, apesar de denúncias de abusos nas prisões.

O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, gesticula enquanto faz um discurso para estudantes do ensino médio no Ginásio Nacional Adolfo Pineda, em San Salvador (Foto: MARVIN RECINOS/AFP)
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O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, defendeu neste domingo (30) a prisão de 1,5% da população como uma estratégia eficaz para combater a violência das gangues. Com mais de 100 mil salvadorenhos encarcerados, o país possui a maior taxa de encarceramento do mundo, segundo organizações de direitos humanos. Bukele, que declarou uma "guerra" contra as pandilhas em março de 2022, afirmou que a taxa de homicídios caiu drasticamente, de 106 por 100 mil habitantes em 2015 para 1,9 em 2024.
Em uma postagem na rede social X, Bukele ironizou as críticas à sua política de segurança, utilizando uma imagem do vilão Thanos e afirmando que a criminalidade foi reduzida em 98%. Ele destacou que mais da metade dos presos está em reabilitação e será libertada em breve. No entanto, a Human Rights Watch (HRW) aponta que cerca de 108 mil pessoas estão detidas, representando 1,7% da população.
Denúncias de Abusos
A política de Bukele inclui um regime de exceção que permite prisões sem mandado judicial. Desde sua implementação, aproximadamente 87 mil pessoas foram detidas por suposta ligação com gangues. O governo afirma que cerca de 8 mil foram libertadas por serem inocentes, mas grupos de direitos humanos denunciam que muitos inocentes ainda permanecem presos, além de relatos de torturas e mortes nas prisões.
Moradores de áreas anteriormente dominadas por gangues reconhecem melhorias na segurança, mas ainda temem um possível retorno da violência. Bukele ordenou operações militares em regiões como Ilopango, onde há indícios de tentativas de reorganização das quadrilhas. Apesar da aparente paz, os traumas do passado ainda afetam a população, que vive com o receio de novas ondas de criminalidade.
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