30 de jun 2025




Dalai Lama celebra 90 anos e discute futuro da sucessão espiritual no Tibet
Tibetanos no exílio aguardam anúncio sobre sucessão do Dalai Lama durante celebrações de seu 90º aniversário, em meio a temores de influência chinesa.

Dalai Lama, líder espiritual tibetano (Foto: REUTERS/Clodagh Kilcoyne)
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Os tibetanos no exílio se preparam para celebrar o 90º aniversário do Dalai Lama, que ocorrerá em 6 de julho. O líder espiritual, que vive na Índia desde 1959, pode anunciar sua sucessão em um momento de incerteza e temores sobre a influência da China no processo.
As festividades começam na próxima segunda-feira em McLeod Ganj, onde o Dalai Lama reside. O discurso que ele fará na quarta-feira é aguardado com grande expectativa. O líder, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1989, tem enfatizado a importância de que seu sucessor venha do "mundo livre", em resposta ao temor de que Pequim tente controlar a escolha.
Desde 2011, o Dalai Lama transferiu sua autoridade política a um governo no exílio, eleito democraticamente. Ele já declarou que, enquanto estiver em boa saúde, discutirá a continuidade da instituição dos Dalai Lamas. "As pessoas devem decidir se o ciclo de reencarnações deve continuar", afirmou.
A possibilidade de que a China nomeie um sucessor para o Dalai Lama gera preocupação entre os tibetanos. Em 1995, Pequim sequestrou um menino designado como panchen lama, substituindo-o por um candidato próprio. O atual líder budista reiterou que, se houver um sucessor, ele não será escolhido sob a influência chinesa.
Dawa Tashi, do Centro Tibetano para os Direitos Humanos e a Democracia, expressou a esperança de que a reencarnação do Dalai Lama continue. "Esta esperança é compartilhada por tibetanos em todo o mundo", disse. A luta pela autonomia tibetana permanece central, mesmo com a incerteza sobre o futuro do líder espiritual.
A presença do Dalai Lama na Índia, onde vivem mais de 100 mil tibetanos, confere ao país uma posição estratégica em relação à China. O governo indiano e os Estados Unidos têm se manifestado em defesa dos direitos dos tibetanos, desafiando a influência de Pequim sobre a escolha do próximo Dalai Lama.
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