02 de jul 2025

Brasil lidera Mercosul com proposta divergente da de Milei
Argentina propõe declaração sobre Venezuela em cúpula do Mercosul, mas enfrenta resistência do Brasil em questões de direitos humanos.

Presidente argentino, Javier Milei (Foto: AFP)
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Na cúpula de chefes de Estado do Mercosul, que ocorre amanhã em Buenos Aires, a Argentina, sob a liderança de Javier Milei, propôs uma declaração contundente sobre a situação na Venezuela. Fontes oficiais confirmaram que o texto pode ser divulgado separadamente, devido à falta de consenso entre os membros do bloco, que inclui Brasil, Paraguai, Uruguai e Bolívia.
As divergências sobre a Venezuela refletem as tensões internas do Mercosul, onde Argentina e Paraguai formam um grupo com posições ideológicas opostas a Brasil, Uruguai e Bolívia. Apesar disso, a plataforma comercial do Mercosul continua sendo vista como vantajosa em um cenário global instável. A presidência de Milei priorizou temas como comércio e segurança, deixando de lado questões sociais e ambientais.
A Argentina também busca apoio para a criação de uma agência de combate ao crime organizado, proposta discutida em uma reunião de ministros em junho. Embora o Brasil tenha manifestado apoio, há preocupações sobre a metodologia da agência, especialmente em relação ao respeito aos direitos humanos. O governo brasileiro não deseja que a iniciativa siga o modelo de El Salvador, que tem sido criticado por violações de direitos.
Durante sua presidência, a Argentina focou na agenda externa do bloco, destacando o acordo entre Mercosul e União Europeia e a flexibilização da Tarifa Externa Comum (TEC). A expectativa é que o acordo sobre a TEC seja selado na cúpula, aliviando preocupações sobre a permanência da Argentina no Mercosul. Contudo, as tensões com o Paraguai e as divergências sobre a agenda social permanecem.
O Brasil, ao assumir a presidência pro tempore, pretende retomar discussões sobre mudanças climáticas, um tema que Milei evita. A relação entre Brasil e Paraguai também é tensa, com declarações fortes do presidente paraguaio, Santiago Peña, relembrando a Guerra do Paraguai. As fissuras no Mercosul são evidentes, e a continuidade do bloco em meio a essas divergências é incerta.
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