Mortes em custódia russa provocam crise nas relações com o Azerbaijão

Crise Diplomática entre Azerbaijão e Rússia

A morte de dois irmãos azerbaijanos sob custódia russa gerou uma crise diplomática significativa entre Baku e Moscou. Os irmãos, Ziyaddin e Guseyn Safarov, foram detidos durante uma operação policial em Yekaterinburg e apresentaram sinais de trauma, segundo autoridades azerbaijanas. O governo de Baku acusou a polícia russa de tortura e assassinato, levando a um aumento nas tensões entre os países.

Azerbaijão cancelou a visita do vice-primeiro-ministro russo, Alexei Overchuk, e prendeu jornalistas russos, alegando que eles eram agentes do FSB. A situação se agrava após um inquérito que revelou que os irmãos morreram de "choque pós-traumático" devido a agressões. A polícia russa, por sua vez, afirma que um dos homens faleceu de um ataque cardíaco, enquanto a causa da morte do segundo ainda não foi confirmada.

Reações e Consequências

As tensões já eram elevadas desde o incidente em dezembro, quando um avião da Azerbaijão Airlines foi abatido por um míssil russo. O presidente Ilham Aliyev expressou insatisfação com a falta de responsabilidade da Rússia. A mídia azerbaijana, alinhada ao governo, criticou o presidente russo, Vladimir Putin, comparando sua liderança à de Stalin.

Azerbaijão, que desde a queda da União Soviética tem buscado uma postura independente, agora se vê em um papel mais assertivo na região do Cáucaso. O país tem se distanciado da influência russa, especialmente após sua vitória na guerra de 2020 contra a Armênia. A invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 também contribuiu para a erosão da influência russa na região.

Desdobramentos Futuros

Analistas apontam que a postura do Azerbaijão reflete uma nova estratégia de não aceitar passivamente as ações russas. O país está atento ao potencial ressurgimento da influência russa na Geórgia e à presença de facções pró-russas na Armênia. A atual crise pode ser um indicativo de que Baku está disposto a desafiar a hegemonia russa no Cáucaso, buscando fortalecer sua posição como potência regional.