02 de jul 2025

Nicarágua é acusada de assassinar críticos do governo na Costa Rica
Assassinato de ex major nicaraguense gera temor entre refugiados e levanta suspeitas sobre ações do governo de Daniel Ortega na Costa Rica.

Presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, e sua esposa, Rosario Murillo, em Manágua (Foto: AFP)
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Roberto Samcam Ruiz, ex-major do Exército da Nicarágua, foi assassinado em 19 de junho em San José, Costa Rica. Samcam, que se opôs ao governo sandinista e se tornou um crítico ativo, foi alvo de um ataque em seu condomínio, onde foi baleado por dois homens. Este incidente levanta preocupações sobre as operações de inteligência do governo nicaraguense fora de suas fronteiras.
Samcam, de 66 anos, havia fugido para a Costa Rica após receber ameaças de morte. Ele adotou diversas medidas de segurança, como trocar de roupa e evitar transporte público, mas isso não foi suficiente para garantir sua proteção. O assassinato é o mais recente de uma série de ataques a dissidentes nicaraguenses no país, com pelo menos seis casos de violência desde 2018.
Ativistas e defensores dos direitos humanos afirmam que o assassinato de Samcam indica que o governo de Daniel Ortega está realizando operações de vigilância e repressão contra opositores no exterior. A falta de prisões até o momento gera temor entre os refugiados nicaraguenses, que se sentem inseguros na Costa Rica, um país que historicamente acolheu dissidentes políticos.
A morte de Samcam também pode impactar as relações diplomáticas entre Costa Rica e Nicarágua. O presidente costarriquenho, Rodrigo Chaves Robles, não parece disposto a tomar uma posição firme contra o governo nicaraguense, apesar das pressões. A situação é ainda mais complicada com a recente eliminação do programa de reassentamento de refugiados nicaraguenses nos Estados Unidos, o que limita as opções de asilo.
A esposa de Samcam, Claudia Vargas, reflete sobre as medidas de segurança que seu marido adotou e questiona se deveria ter dado mais atenção a seus alertas. Especialistas em direitos humanos, como Almudena Bernabeu, consideram o assassinato um ato de "terrorismo de Estado", evidenciando a repressão sistemática do governo Ortega contra opositores.
A Costa Rica enfrenta um aumento da violência relacionada ao narcotráfico, mas os refugiados nicaraguenses acreditam que os ataques a dissidentes têm um caráter político. A situação exige uma resposta clara do governo costarriquenho, que deve se manifestar contra as ações do governo nicaraguense em seu território.
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