Lula e Cristina Kirchner geram tensão na cúpula do Mercosul com presença de Milei

A segunda cúpula do Mercosul ocorrerá em Buenos Aires, reunindo os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, e Javier Milei, da Argentina, nesta quinta-feira, 3 de julho. O encontro marca a primeira vez que Lula e Milei se encontram desde a posse do argentino em dezembro de 2023, em um contexto de tensões políticas.

Após a cúpula, Lula visitará a ex-presidente Cristina Kirchner, que cumpre prisão domiciliar por condenação relacionada a corrupção. A visita foi autorizada pela Justiça argentina, gerando cautela no governo de Milei, que busca evitar conflitos. Fontes oficiais afirmam que a Casa Rosada adotará uma postura cautelosa, evitando comentários sobre a visita.

Milei, que inicialmente não era favorável ao Mercosul, foi persuadido a manter a Argentina no bloco devido à sua importância comercial. A cúpula é vista como uma oportunidade para discutir acordos, incluindo o tratado com a União Europeia, que enfrenta resistência de alguns países europeus. Apesar de sua insatisfação com a visita de Lula a Kirchner, Milei deve manter uma postura civilizada, segundo fontes argentinas.

A visita de Lula a Cristina Kirchner ocorre em um momento delicado, já que a ex-presidente aguarda a análise de um recurso pela Suprema Corte. Kirchner, condenada a seis anos de prisão, argumenta que sua idade e uma tentativa de assassinato justificam a prisão domiciliar. A decisão judicial impõe regras rigorosas para a visita, visando garantir a tranquilidade da vizinhança.

O governo brasileiro, embora tenha enfrentado debates internos sobre a visita, considera que a aproximação entre Lula e Kirchner pode fortalecer laços regionais. A cúpula do Mercosul, além de ser um evento diplomático, também é um momento crucial para discutir a integração econômica entre os países membros.