04 de jul 2025

Exército de Israel é alvo de investigação por denúncias de execuções de palestinos
Investigação militar israelense apura ordens de disparos contra civis em filas de alimentos, resultando em 549 mortes na Faixa de Gaza.

Palestinos no aguardo da entrega de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. No sul do território palestino, mortes causadas por soldados israelenses em centros de distribuição são frequentes (Foto: Bashar Taleb/AFP)
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A Advocacia-Geral Militar de Israel iniciou uma investigação sobre denúncias de que comandantes do Exército ordenaram disparos contra civis em filas de distribuição de alimentos na Faixa de Gaza. Desde o início dos ataques israelenses em outubro de 2023, mais de 50 mil palestinos perderam a vida, segundo dados locais.
A denúncia foi publicada pelo jornal Haaretz, que afirma que as ordens para disparar contra as multidões ocorrem mesmo sem risco iminente. O Exército israelense negou as acusações, afirmando que não há instruções para atirar deliberadamente em civis. No entanto, relatos de militares indicam que os locais de distribuição são considerados "campos de matança".
As mortes em filas de alimentos começaram em 27 de maio, quando Israel restringiu a atuação de organizações humanitárias, substituindo-as por uma empresa chamada Fundação Humanitária de Gaza. Desde então, ocorreram 19 tiroteios, resultando em 549 mortes, conforme a ONU. A distribuição de alimentos é descrita como caótica, levando a aglomerações perigosas.
Damaris Giuliana, ex-gerente de comunicação da ONG Médicos Sem Fronteiras, confirmou que os soldados atiram em civis que chegam cedo ou permanecem após a distribuição. Ela destacou que o número de feridos nos hospitais é significativamente menor quando os centros de distribuição estão fechados.
A Advocacia-Geral Militar atua por meio de um "mecanismo de checagem de fatos", investigando denúncias e coletando evidências. Quando identificados culpados, podem ser instaurados procedimentos disciplinares. O Tribunal Penal Internacional já emitiu ordens de prisão contra autoridades israelenses por crimes de guerra, e a África do Sul apresentou uma denúncia de genocídio contra Israel na Corte Internacional de Justiça.
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