04 de jul 2025

Finlândia se retira de tratado de minas terrestres em resposta à ameaça russa
Finlândia se retira da Convenção de Ottawa para fortalecer defesas diante da ameaça russa, seguindo exemplo de países bálticos.

Rato Ronin farejando minas terrestres em um campo na província de Preah Vihear (Foto: APOPO / AFP)
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O presidente da Finlândia, Alexander Stubb, anunciou nesta sexta-feira a retirada do país da Convenção de Ottawa, que proíbe o uso de minas terrestres antipessoais. A decisão foi motivada pela crescente ameaça da Rússia e a necessidade de reforçar as defesas nacionais. Em votação recente, os parlamentares finlandeses já haviam se manifestado a favor da saída do tratado, ao qual a Finlândia aderiu em 2012.
Stubb destacou que, embora a Finlândia não enfrente uma ameaça militar imediata, as mudanças no ambiente de segurança exigem um fortalecimento das capacidades defensivas. O país possui uma fronteira de 1.340 quilômetros com a Rússia, que não é signatária da Convenção. O presidente afirmou que, mesmo com a retirada, a Finlândia não usará minas em tempos de paz.
Reações e Contexto Regional
A decisão da Finlândia ocorre em um contexto em que outros países bálticos, como Estônia, Lituânia e Letônia, também planejam se retirar do tratado. Em março, esses países, junto com a Polônia, justificaram suas ações citando a deterioração da segurança na região. Os ministros da Defesa desses países enfatizaram a necessidade de garantir flexibilidade e liberdade de escolha para proteger o flanco oriental da OTAN.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, criticou as iniciativas de retirada, pedindo que os Estados-membros cessem imediatamente tais ações. Guterres planeja lançar uma campanha global para promover normas de desarmamento humanitário e proteger os direitos humanos.
A retirada da Finlândia da Convenção de Ottawa entrará em vigor seis meses após a notificação oficial às Nações Unidas. O tratado, que visa proibir minas antipessoais em todo o mundo, foi assinado por mais de 160 países desde sua entrada em vigor em 1997. Contudo, potências militares como China, Índia, Rússia, Paquistão e EUA nunca assinaram o acordo.
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