04 de jul 2025

Protestos na Sérvia se transformam em bloqueios em busca de novas eleições
Estudantes suspendem liderança de protestos na Sérvia e convocam desobediência civil após prisões e críticas à polícia.

Janela quebrada do escritório do Partido Progressista da Sérvia (SNS) em Novi Sad durante os protestos desta semana - Foto: Getty Images
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As manifestações contra a corrupção na Sérvia completam nove meses e, após um grande protesto de 140 mil pessoas em Belgrado, os estudantes que lideravam os atos decidiram não mais conduzi-los. Eles estabeleceram um prazo para que o governo convocasse novas eleições, mas, ao não serem atendidos, chamaram outros grupos para uma campanha de desobediência civil.
Desde então, bloqueios de estradas surgiram em várias cidades, como Belgrado, Novi Sad e Niš. Os manifestantes utilizam objetos improvisados, como lixeiras e cadeiras, para obstruir os tráfegos. As associações de moradores, conhecidas como "assembleias de cidadãos", têm participado ativamente. A polícia, ao desmantelar um bloqueio, frequentemente se depara com a rápida formação de outro em local distinto.
Nos últimos dias, houve várias prisões e relatos de uso excessivo da força policial. Estudantes foram hospitalizados, incluindo um com clavícula quebrada, após confrontos na Faculdade de Direito da Universidade de Belgrado. A situação gerou protestos de pais em frente a uma delegacia, exigindo a liberação de seus filhos. Diversas entidades, incluindo a associação de jornalistas e a Igreja Ortodoxa Sérvia, criticaram a conduta policial.
A União Europeia também se manifestou, condenando os "atos de ódio e violência" e pedindo calma. Apesar da confusão gerada pelos bloqueios, alguns moradores relatam que a atmosfera se assemelha mais a festas de rua do que a protestos. O movimento, que começou após o colapso de uma cobertura na estação de trem de Novi Sad, que resultou na morte de 16 pessoas, ainda busca responsabilização e transparência sobre o projeto da estação.
Embora os protestos tenham forçado a saída do ex-primeiro-ministro Miloš Vučević, a insatisfação persiste, com a população clamando por mudanças. O presidente Aleksandar Vučić permanece em uma posição confortável, com seu partido, o SNS, ainda popular nas pesquisas. Ele afirmou que "a Sérvia venceu" diante das tentativas de "derrubar o estado". A expectativa agora é sobre quem cederá primeiro, enquanto o clima esquenta e os protestos continuam.
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