Trump critica Brasil por 'caça às bruxas' contra Bolsonaro e defende julgamento nas urnas

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestou apoio a Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, que enfrenta processos judiciais por suposta tentativa de golpe de Estado. Em uma postagem na rede social Truth Social, Trump criticou o tratamento dado a Bolsonaro, descrevendo-o como uma "caça às bruxas" e afirmando que o Brasil está cometendo um erro ao perseguir o ex-presidente.

Trump destacou que Bolsonaro é um "líder forte" que ama seu país e que a única avaliação que deveria ocorrer é a dos eleitores brasileiros nas urnas. O ex-presidente americano também ameaçou impor tarifas de 10% sobre países que apoiarem o que chamou de "política antiamericana dos Brics", a partir de 1º de agosto. Essa declaração ocorre em meio a uma crescente tensão entre os EUA e o bloco, que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Reação do Governo Brasileiro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu às declarações de Trump, afirmando que o Brasil não aceita interferências externas. Lula considerou irresponsável a postura do ex-presidente americano, ressaltando que o país possui suas próprias leis e que "ninguém está acima da lei". Ele também mencionou que o Brasil pode retaliar caso as tarifas sejam impostas.

A cúpula do Brics, realizada no Rio de Janeiro, resultou em uma declaração conjunta que critica as políticas tarifárias dos EUA. Os líderes do bloco reafirmaram seu compromisso com o uso de moedas locais nas transações comerciais, desafiando a hegemonia do dólar.

Implicações Políticas

A intervenção de Trump no debate sobre Bolsonaro pode aumentar a instabilidade política no Brasil. Analistas alertam que os comentários do ex-presidente americano podem interferir no processo eleitoral e judicial brasileiro, gerando desconforto nos mercados. Bolsonaro, que está sob julgamento e enfrenta a proibição de ocupar cargos públicos por oito anos, busca apoio para reverter sua situação legal.

A relação entre Trump e Bolsonaro é estreita, com o filho de Bolsonaro, Eduardo, atuando nos EUA em favor do pai. A situação se complica ainda mais com a proximidade do julgamento de Bolsonaro, que deve ocorrer até setembro.