Negociações entre Hamas e Israel por cessar-fogo completam três dias sem progresso

As negociações por um cessar-fogo na Faixa de Gaza entraram no terceiro dia sem avanços significativos. As conversas foram reiniciadas na terça-feira (8), após um encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, em Washington. Apesar dos desafios, autoridades israelenses afirmam que ainda há chances de um acordo, embora isso possa levar tempo.

As tratativas começaram no domingo (6) em Doha, mas enfrentam as mesmas divergências que têm dificultado uma trégua duradoura nos últimos 21 meses. O Hamas exige garantias para o cessar-fogo, incluindo a interrupção dos combates e a reabertura do sistema de distribuição de ajuda da ONU. Em contrapartida, Israel não aceita um acordo que permita a permanência do grupo na região.

Proposta dos EUA

A proposta dos EUA sugere uma trégua de 60 dias, durante a qual o Hamas liberaria dez reféns israelenses e entregaria corpos de sequestrados. Em troca, Israel liberaria palestinos detidos. O enviado de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, participará das negociações em Doha, conforme informado pela secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt.

O ministro israelense Zeev Elkin declarou que há "uma chance real" de cessar-fogo, embora o Hamas busque mudanças em pontos centrais do acordo. Netanyahu, antes de sua viagem a Washington, reafirmou que não aceitará um acordo que mantenha o Hamas na Faixa de Gaza.

Situação no Terreno

Enquanto as negociações prosseguem, o conflito continua a causar perdas. O Exército israelense relatou a morte de cinco soldados no norte de Gaza, um dos dias mais letais para as tropas desde o início do ano. Por outro lado, a Defesa Civil palestina informou que pelo menos 12 pessoas morreram em ataques israelenses, incluindo seis em uma clínica que abrigava deslocados pela guerra.

As restrições à imprensa em Gaza dificultam a verificação independente das informações. A situação humanitária permanece crítica, com milhares de palestinos enfrentando fome severa em meio ao conflito.