Seul devolve seis norte-coreanos com forte desejo de retornar ao país natal

Seis norte-coreanos foram repatriados para a Coreia do Norte após expressarem o desejo de retornar. A repatriação ocorreu na quarta-feira, 18 de outubro de 2023, e é a primeira sob a presidência de Lee Jae-myung, que busca melhorar as relações intercoreanas, mesmo em um contexto de comunicação cortada desde abril de 2023.

Os seis indivíduos, incluindo dois que haviam navegado acidentalmente para águas sul-coreanas em março e quatro marinheiros que cruzaram a fronteira marítima em maio, permaneceram no Sul por meses. Essa repatriação foi coordenada após tentativas frustradas de comunicação entre os dois países, que se tornaram mais difíceis após a interrupção das linhas de contato.

A falta de diálogo entre as Coreias é um reflexo das tensões crescentes, especialmente após declarações do líder norte-coreano Kim Jong Un, que afirmou que a unificação com o Sul não é mais viável. O Ministério da Unificação da Coreia do Sul tentou informar a Pyongyang sobre a repatriação através do Comando das Nações Unidas, mas não obteve resposta.

Analistas acreditam que os repatriados enfrentarão um intenso interrogatório ao retornarem ao Norte, onde poderão ser questionados sobre possíveis atividades de espionagem. A repatriação também levanta preocupações entre ativistas, que argumentam que os seis deveriam ter a oportunidade de aprender sobre a vida no Sul antes de voltarem.

Lee Jae-myung, que assumiu a presidência em junho, prometeu reiniciar o diálogo com o Norte e reduzir as tensões. No entanto, a opinião pública sul-coreana parece ter pouco interesse em um engajamento mais profundo, e a cooperação entre a Coreia do Norte e a Rússia pode limitar a necessidade de Pyongyang em se relacionar com o Sul.