09 de jul 2025
Trump busca fortalecer laços comerciais com a África, mas exclui líderes importantes
Trump reúne líderes de cinco países africanos para discutir comércio e segurança, buscando fortalecer laços e contrabalançar influências externas.
Zohra Bensemra/Reuters
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Os Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, promoverão um encontro com líderes de cinco países africanos em Washington, DC, esta semana. O evento, que se alinha à política de "comércio, não ajuda", visa fortalecer laços diplomáticos e discutir negociações comerciais, segurança marítima e migração.
Os presidentes de Gabon, Guiné-Bissau, Libéria, Mauritânia e Senegal foram convidados, enquanto grandes economias africanas, como África do Sul, Nigéria, Egito e Etiópia, ficaram de fora. Essa escolha é vista como uma estratégia para contrabalançar a influência da China e da Rússia no continente, conforme analistas. Christopher Afoke Isike, professor de política africana, descreve os convidados como "frutos de baixo-hanging", indicando que são países menos influentes no cenário global.
A cúpula se concentrará em temas como minerais críticos e segurança, especialmente considerando a crescente migração de africanos para os EUA. Em 2023, o número de migrantes africanos na fronteira sul dos EUA aumentou significativamente, com 58.462 registros, sendo Mauritânia e Senegal os principais países de origem.
Interesses em Jogo
Os líderes africanos esperam que a cúpula resulte em acordos vantajosos, especialmente em relação a recursos minerais. Gabon, por exemplo, possui reservas significativas de manganês, essenciais para a produção de baterias. Além disso, a discussão sobre a reabertura da embaixada dos EUA em Guiné-Bissau e a restauração de relações diplomáticas com Mauritânia também estão na pauta.
A abordagem de Trump reflete uma mudança significativa na política dos EUA em relação à África, priorizando acordos comerciais em detrimento da assistência humanitária. O ex-embaixador do Senegal em Washington, Babacar Diagne, observa que essa nova postura é uma resposta à competição crescente por recursos africanos.
Os líderes presentes na cúpula devem ser estratégicos nas negociações, já que a política de Trump é voltada para interesses americanos. A expectativa é que a reunião inaugure um novo modelo diplomático, focado em parcerias privadas, investimento e desenvolvimento de infraestrutura, ao mesmo tempo em que busca contrabalançar a influência de potências rivais no continente.


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