10 de jul 2025
Centrão se prepara para enfrentar tarifas de Trump e suas consequências no Brasil
Centrão busca resposta moderada às tarifas de Trump, visando proteger o agronegócio e se distanciar do bolsonarismo em meio à crise.

Donald Trump, presidente dos EUA. (Foto: Andew Caballero-Reynolds/AFP)
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Deputados do Centrão estão articulando uma resposta moderada à recente imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A medida, que ocorre em um contexto de apoio de Trump ao ex-presidente Jair Bolsonaro, gera preocupação entre os parlamentares que representam o agronegócio e o empresariado.
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) já se manifestou, alertando sobre os impactos negativos da nova alíquota na economia rural, que pode afetar o câmbio e a competitividade das exportações. "A nova alíquota produz reflexos diretos e atinge o agronegócio nacional", destacou a FPA em nota oficial. A situação se complica ainda mais com a polarização política, já que parte do bolsonarismo vê a tarifa como uma retaliação a uma suposta "censura" no Brasil.
Distanciamento do Bolsonarismo
Os deputados do Centrão buscam se distanciar do bolsonarismo, enfatizando a necessidade de proteger os interesses comerciais do Brasil. A Frente Parlamentar do Livre Mercado, embora presidida pela deputada bolsonarista Carol de Toni, está se mobilizando para formalizar uma oposição à medida de Trump. A estratégia é separar a pauta comercial da crise política entre Trump, Lula e o STF, evitando que o Congresso se envolva no conflito ideológico.
Internamente, a FPA enfrenta descontentamento com a postura da família Bolsonaro. Um deputado expressou irritação com Eduardo Bolsonaro, que pediu anistia ao pai, afirmando que não cabe a ele fazer exigências. "Um tiro no pé que a família Bolsonaro deu no seu principal reduto eleitoral", comentou um representante do setor, referindo-se à situação delicada do agronegócio.
Efeitos no Agronegócio
A imposição das tarifas por Trump gera um dilema para o agronegócio brasileiro, que precisa contestar a medida sem se associar ao bolsonarismo. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, reconheceu que o tarifaço terá efeitos negativos para o estado, um importante polo de produção agrícola. "Esse reflexo para São Paulo deveria ter sido pensado lá atrás", afirmou um empresário, ressaltando a gravidade da situação.
Com a crescente tensão entre os setores político e econômico, o agronegócio se vê em uma encruzilhada, necessitando de união e estratégia para enfrentar os desafios impostos pelas tarifas de Trump. A articulação do Centrão e a resposta da FPA serão cruciais para determinar o futuro do setor em um cenário de incertezas.


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