Trump pressiona Brasil com tarifas em defesa dos interesses das big techs

Nesta quarta-feira, 9 de julho, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a imposição de tarifas de 50% sobre todas as exportações brasileiras. A medida é uma resposta ao que Trump considera censura à liberdade de expressão por parte do governo brasileiro, especialmente em relação a ações do Supremo Tribunal Federal (STF) contra plataformas digitais.

A carta enviada a Luiz Inácio Lula da Silva destaca a investigação sob a Seção 301 da legislação comercial dos EUA, que pode resultar em sanções adicionais. Trump alega que o Brasil está "perseguindo" Jair Bolsonaro e critica as decisões do STF, que, segundo ele, impõem "ordens secretas e ilegais" às redes sociais. Especialistas veem essa ação como uma tentativa de pressionar o Brasil a reverter legislações que regulamentam as big techs.

Contexto das Tarifas

A decisão de Trump ocorre em um momento em que o Brasil avança em legislações que afetam diretamente as grandes empresas de tecnologia. O STF, ao decidir sobre o Marco Civil da Internet, alterou a responsabilidade das plataformas, exigindo que removam conteúdos de forma proativa. Essa mudança gerou descontentamento entre aliados de Trump, que interpretam as ações como uma ameaça à democracia.

A imposição das tarifas foi discutida em reuniões recentes, onde Trump expressou sua insatisfação com as regulamentações brasileiras. A expectativa é que essa medida leve a um recuo por parte das autoridades brasileiras, embora elas afirmem que isso é improvável.

Reações e Implicações

A Computer & Communications Industry Association (CCIA), que representa as big techs, apoiou a decisão de Trump, destacando que as novas regras brasileiras prejudicam os interesses comerciais das empresas. Entre as medidas criticadas estão a suspensão da rede social X e a proposta de regulação da inteligência artificial, que impõe obrigações excessivas às empresas.

Além disso, a carta de Trump menciona a possibilidade de renegociação das tarifas caso o Brasil abra fábricas nos EUA. Essa estratégia reflete uma pressão significativa sobre o governo brasileiro, que busca manter sua autonomia em relação às regulamentações digitais. A relação entre os dois países continua tensa, com o Brasil afirmando sua soberania diante das pressões externas.