11 de jul 2025
Partido no poder no México se organiza para controlar candidatos e garantir domínio
Morena cria órgão avaliador para candidaturas, buscando consolidar controle interno e se preparar para as eleições de 2027.

Simpatizantes de Morena, em 16 de abril de 2024. (Foto: Nayeli Cruz)
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O Movimiento de Regeneración Nacional (Morena), fundado em 2011 por Andrés Manuel López Obrador, está passando por um processo de institucionalização. O partido, que já conquistou a maioria nas câmaras e em 24 dos 32 estados do México, anunciou a criação de um órgão avaliador para definir candidaturas, visando controlar a influência interna e se preparar para as eleições de 2027.
A necessidade de mudança se tornou evidente após um estancamento nas últimas eleições em estados como Veracruz e Durango. A nova comissão terá a responsabilidade de decidir sobre as filiações e quais candidatos representarão o partido em diferentes níveis, desde pequenos municípios até governaturas. A atual presidente, Claudia Sheinbaum, enfrentará desafios para consolidar sua influência em um partido que ainda se divide entre lealdades ao líder fundador e interesses pessoais.
Fernando Dworak, consultor político, destaca que a institucionalização é crucial para que o partido não dependa de grupos de poder. A falta de um carisma político semelhante ao de López Obrador torna esses novos controles ainda mais necessários. A analista política Aritmética Jaime também enfatiza que a criação de regras claras pode ajudar a legitimar os candidatos, evitando a culpa por decisões controversas.
A comissão avaliadora será composta por cinco membros, com três já conhecidos. A escolha dos dois restantes será um teste importante para a influência de Sheinbaum no partido. A legitimidade dos candidatos pode apaziguar militantes preocupados com a entrada de novos membros vindos de partidos adversários, conhecidos como "chapulines".
Morena busca se distanciar de práticas do antigo PRI, que ainda permeiam a política mexicana. A criação de um Plano Municipalista visa capacitar os prefeitos em diversas áreas, reconhecendo a importância de uma gestão eficiente em um cenário onde os mandatos são limitados a três anos. Essa estratégia pode ser fundamental para a consolidação do partido como uma força hegemônica no país.
Com a necessidade de limpar suas fileiras e estabelecer um controle mais rigoroso, Morena se prepara para enfrentar os desafios futuros, enquanto a oposição ainda luta para encontrar um rumo claro.
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