Bob Menendez é condenado a 11 anos de prisão por corrupção e suborno

O ex-senador democrata de Nova Jersey, Bob Menendez, foi condenado a 11 anos de prisão nesta quarta-feira, após ser considerado culpado por corrupção e suborno. Ele aceitou dinheiro, um Mercedes Benz e barras de ouro como propinas para ajudar três empresários e o governo egípcio. A sentença representa uma queda significativa para Menendez, que, nascido de imigrantes cubanos, se destacou na política como presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado.

Menendez foi condenado no ano passado por 16 crimes relacionados a um esquema de corrupção, tornando-se o primeiro senador dos EUA a ser acusado e condenado por atuar como agente de um governo estrangeiro. O juiz Sidney Stein enfatizou que a sociedade não pode acreditar que é possível escapar de suborno e traição, mencionando que a ganância e a arrogância foram fatores em sua conduta. Emocionado, Menendez declarou no tribunal que perdeu tudo, exceto sua família, e que cada dia é uma punição para ele.

Durante o julgamento, evidências mostraram que o FBI encontrou barras de ouro e envelopes com dinheiro na casa do senador, incluindo em sapatos e um bolso de jaqueta. Em troca das propinas, Menendez teria pressionado o Departamento de Agricultura dos EUA sobre a certificação de carne halal, favorecendo um dos empresários, além de ter tentado interferir em investigações criminais relacionadas a outros dois envolvidos. Outros dois co-réus também foram condenados: Fred Daibes a sete anos e Wael Hana a oito anos de prisão.

Os promotores pediram uma pena de pelo menos 15 anos e multas significativas, citando o abuso de poder de Menendez. Seu advogado, Adam Fee, argumentou que, apesar da condenação, Menendez dedicou quase 50 anos ao serviço público. O ex-senador, que sempre manteve sua inocência, apresentou mais de 100 cartas de apoio de figuras políticas e religiosas. Seus advogados solicitaram que ele não fosse preso enquanto apela da condenação. Menendez já havia enfrentado acusações de corrupção em 2015, mas foi absolvido em 2018.