Política

Chacina do Cabula completa dez anos e expõe falhas do PT na segurança da Bahia

A chacina do Cabula, em 2015, resultou na morte de 12 jovens negros em Salvador. Após dez anos, nove policiais militares serão ouvidos pela primeira vez no processo. A letalidade policial na Bahia é a maior do Brasil, com 1.557 mortes em 2024. A política de segurança pública sob o PT é criticada por especialistas e famílias das vítimas. O caso evidencia a impunidade e a falta de investimento em inteligência policial na Bahia.

À esq., o ministro Rui Costa (PT), que governava a Bahia na época da chacina; ao lado dele, o atual governador, Jerônimo Rodrigues (PT), e o ex-governador Jaques Wagner (PT-BA), hoje senador (Foto: PT Bahia)

À esq., o ministro Rui Costa (PT), que governava a Bahia na época da chacina; ao lado dele, o atual governador, Jerônimo Rodrigues (PT), e o ex-governador Jaques Wagner (PT-BA), hoje senador (Foto: PT Bahia)

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A chacina do Cabula, que resultou na morte de doze jovens negros em Salvador, completou dez anos na semana passada, simbolizando o fracasso do PT em segurança pública na Bahia, governada pelo partido há dezoito anos. Em 6 de fevereiro de 2015, policiais militares invadiram o bairro do Cabula, matando os jovens, com idades entre dezesseis e vinte e sete anos, e ferindo seis pessoas. O Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciou que os agentes estavam em busca de propina de traficantes, e laudos indicaram que não houve confronto, com as vítimas apresentando sinais de tortura.

Os nove policiais denunciados pelo MP-BA serão ouvidos pela primeira vez no próximo mês, após uma década do ocorrido. Inicialmente, os PMs alegaram terem sido atacados, mas depois mudaram a versão, afirmando que os jovens eram parte de uma quadrilha. Em 2015, foram absolvidos em uma decisão contestada pelo MP, que recorreu. A Bahia registra a maior letalidade policial do Brasil, com 1.557 mortes em intervenções policiais em 2024, superando São Paulo e Rio de Janeiro. A média é de quatro mortes por dia, com uma taxa de 10,48 mortes a cada 100 mil habitantes.

A chacina é vista como um exemplo da política de segurança sob o PT, com o Observatório da Segurança Pública afirmando que os PMs agem com impunidade. A Bahia lidera em violência, com quatro mil duzentos e cinco homicídios dolosos em 2023 e apenas quinze por cento das investigações de homicídios resolvidas. Especialistas criticam o investimento excessivo na polícia ostensiva em detrimento da inteligência policial, com R$ 3,9 bilhões destinados à PM em 2024, enquanto a Polícia Civil recebeu R$ 1,3 bilhão.

A brutalidade da chacina é evidenciada por relatos de tortura, com disparos em partes do corpo que indicam execução. Um sobrevivente, que se fingiu de morto, relatou ter sido ameaçado por policiais para que dissesse que houve troca de tiros. O caso, que já foi alvo de tentativas de federalização, será reavaliado no próximo julgamento, onde as famílias das vítimas clamam por justiça. O defensor público César Ulisses afirmou que a estratégia dos policiais foi cercar e fuzilar os jovens, destacando a necessidade de responsabilização.

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