Advogados argentinos processam presidente Milei por fraude em promoção de criptomoeda

Advogados argentinos apresentaram denúncias de fraude contra o presidente Javier Milei no domingo, após ele promover a criptomoeda $LIBRA em suas redes sociais. Na sexta-feira, Milei publicou sobre a moeda, que prometia "estimular o crescimento econômico", mas apagou o post algumas horas depois, resultando em uma queda drástica no valor do ativo e perdas milionárias para investidores, conforme relatado pelo site financeiro Dexscreener. A criptomoeda, desenvolvida pelo KIP Protocol, foi criada minutos antes da postagem de Milei, levantando suspeitas de um golpe conhecido como "rug pull", onde os criadores atraem investidores e abandonam o projeto, causando desvalorização.

O advogado Jonatan Baldiviezo, um dos denunciantes, afirmou que houve uma "associação ilícita" para cometer fraudes, destacando que as ações de Milei foram fundamentais para a valorização artificial da moeda. A Casa Rosada defendeu que o presidente não teve envolvimento no desenvolvimento da criptomoeda e que a postagem foi removida para evitar especulações. Após o incidente, Milei alegou desconhecimento sobre os detalhes do projeto e culpou adversários políticos pela situação.

A Justiça argentina deve designar um juiz para o caso ou encaminhá-lo a um promotor para investigação. Os advogados argumentam que a postagem de Milei pode ter manipulado o mercado, configurando fraude financeira. A administração também reconheceu que Milei se reuniu com representantes do KIP Protocol antes do episódio, o que pode complicar sua defesa.

Dados da blockchain indicam que uma única carteira digital detinha a maior parte dos tokens $LIBRA, com cerca de 80% nas mãos dos criadores. Informações da empresa Lookonchain revelaram que duas carteiras ligadas ao projeto acumularam US$ 107,3 milhões em criptomoedas. A situação levanta questões sobre a responsabilidade de Milei e sua equipe na manipulação do mercado e se houve ganho financeiro direto com o colapso da criptomoeda.