The Sun classifica Polícia Militar de São Paulo como 'força policial mais perigosa do mundo'

O jornal britânico The Sun publicou uma reportagem no último domingo, 16 de dezembro de 2024, classificando a Polícia Militar de São Paulo como a "mais perigosa do mundo". A matéria destaca um "aumento alarmante de assassinatos nas mãos da polícia", citando casos em que mães encontram seus filhos mortos e suspeitos são jogados de pontes em vez de serem detidos. O texto relaciona esse aumento à gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que assumiu o cargo em janeiro de 2023, e critica sua postura em relação ao uso de câmeras corporais pela polícia.

A reportagem menciona Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública, que tem um histórico controverso, incluindo investigações por mortes durante operações da ROTA, um batalhão militar conhecido por sua violência. O jornal relata casos recentes de violência policial, como a morte de Gabriel Renan da Silva Soares, e um incidente em que um jovem foi arremessado de uma ponte por policiais, com o ato sendo filmado por uma testemunha. Entre janeiro e setembro de 2024, a polícia paulista matou 496 pessoas, em contraste com apenas uma morte registrada em Londres no mesmo período.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo defendeu suas ações, afirmando seu compromisso com a legalidade e a transparência. Apesar da reputação negativa atribuída pela reportagem, a polícia de São Paulo não é a mais letal do Brasil; esse título pertence à polícia da Bahia, que registrou 1.620 mortes em 2023. A SSP da Bahia, por sua vez, destacou uma queda na criminalidade, mas enfrenta críticas pela baixa taxa de elucidação de homicídios, que é de apenas 15%.

Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública revelam que, em 2023, policiais brasileiros mataram 6.393 pessoas, quase o triplo do total de mortes por policiais em 15 países do G20, que somaram 2.267 vítimas. Proporcionalmente, os policiais brasileiros matam 36 vezes mais do que a média dos agentes dos outros países analisados. A SSP de São Paulo afirmou que investigações rigorosas são realizadas em todas as mortes decorrentes de intervenções policiais, e que a atual gestão busca reduzir a letalidade por meio de formação contínua e uso de equipamentos menos letais.