Congresso reage à denúncia da PGR contra Jair Bolsonaro e provoca tumulto entre parlamentares

A denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 33 pessoas por envolvimento em uma suposta trama golpista gerou reações intensas no Congresso Nacional. Parlamentares do governo celebraram a entrega do documento ao Supremo Tribunal Federal (STF), enquanto os aliados de Bolsonaro afirmaram que já esperavam por essa ação. A discussão provocou tumulto na sessão da Câmara dos Deputados, onde o deputado Rogério Correira (PT-MG) expressou sua satisfação, afirmando que, se a denúncia for aceita, Bolsonaro se tornará réu.

A fala de Correira gerou protestos entre os deputados bolsonaristas, que entoaram gritos de apoio ao ex-presidente. O petista também criticou a proposta de anistia para os envolvidos nos eventos de 8 de janeiro, afirmando que não haverá perdão para aqueles que tentaram desestabilizar o governo. Ele questionou a legitimidade dos pedidos de anistia, enfatizando que as investigações da Polícia Federal e da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) confirmam a veracidade das acusações.

Por outro lado, o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), declarou que a denúncia não surpreende e expressou confiança na inocência de Bolsonaro, pedindo que os princípios do devido processo legal sejam respeitados. O deputado Altineu Cortês (PL-RJ) defendeu que, apesar da inelegibilidade, Bolsonaro continua sendo uma opção viável para a direita nas eleições de 2026, sugerindo que a denúncia pode até fortalecer sua imagem entre os apoiadores.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), elogiou a denúncia como um passo crucial para a defesa da democracia, ressaltando que o procurador-geral se baseou em provas robustas da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe e a formação de uma organização criminosa. A polarização em torno do caso reflete a divisão política no país, com reações que vão desde a celebração até a defesa fervorosa do ex-presidente.