Subornos e corrupção facilitam tráfico de cocaína disfarçada em frutas e feijões em Portugal

A Polícia Judiciária (PJ) de Portugal revelou uma complexa rede de tráfico de drogas que envolve corrupção e suborno, permitindo que facções criminosas enviem toneladas de cocaína para o país. O diretor da PJ, Luís Neves, alertou no Parlamento sobre a crescente inundação de cocaína, haxixe e drogas sintéticas na Europa, destacando a origem latino-americana do tráfico. Neves enfatizou que as organizações criminosas, principalmente brasileiras, possuem grande capacidade de operação.

Recentemente, a operação Porthos resultou na prisão de quatro suspeitos, incluindo dois funcionários da Autoridade Tributária (AT), que supostamente facilitavam a entrada de drogas nos portos portugueses. Neves afirmou que a corrupção está sendo utilizada para atender às ordens criminosas, permitindo a entrada de grandes quantidades de cocaína que seriam distribuídas pela Europa. A operação também resultou na apreensão de mais de € 500 mil (R$ 3 milhões) em dinheiro.

Os traficantes utilizam métodos engenhosos para esconder a droga, camuflando a cocaína em contêineres com produtos alimentícios, como bananas e mamões. Um exemplo recente ocorreu em Sines, onde a AT apreendeu 264 quilos de cocaína escondidos atrás das portas de um contêiner que transportava sacos de feijão. Essa estratégia de ocultação demonstra a sofisticação das operações de tráfico que desafiam as autoridades.