Maradona: início do julgamento revela tensão e acusações de negligência médica

A partir desta terça-feira, os tribunais de San Isidro iniciam o julgamento sobre as circunstâncias da morte de Diego Armando Maradona, ocorrida em 25 de novembro de 2020. O foco é determinar se a morte foi resultado de suas condições de saúde ou se houve negligência por parte dos profissionais médicos responsáveis por seu cuidado. A audiência começou às 9h30, com a presença de fãs que clamavam por "Justiça para D10S" e protestavam contra os réus, incluindo a psiquiatra Agustina Cosachov, que foi alvo de gritos de "assassina" ao chegar.

Entre os familiares presentes, destacam-se Verónica Ojeda, mãe de Diego Fernando, e as filhas Dalma e Gianinna Maradona. Ojeda, visivelmente emocionada, expressou sua indignação ao cruzar com Cosachov, chamando-a de "perra mal parida". O principal réu, o neurocirurgião Leopoldo Luque, surpreendeu a todos com sua nova aparência, resultado de uma rotina de fisiculturismo, diferente da imagem que tinha durante a operação de Maradona.

Após um atraso de uma hora e dez minutos, os juízes Verónica Di Tommaso, Maximiliano Savarino e Julieta Makintach deram início ao debate. O Ministério Público, representado pelos subprocuradores Patricio Ferrari e Cosme Iribarren, apresentou os argumentos iniciais, enfatizando que Maradona foi vítima de um crime. Ferrari destacou que a hospitalização de Maradona em uma casa em Tigre foi "imprudente e precária", sem protocolos adequados, o que contribuiu para a tragédia.

O promotor ressaltou que a sociedade e a família de Maradona merecem justiça, afirmando que as evidências apresentadas ao longo do julgamento demonstrarão a solidez da acusação. Ele criticou a falta de cuidados adequados durante o período de reabilitação do ídolo, caracterizando a situação como um "teatro do horror" no local onde Maradona faleceu.