13 de mar 2025
Infância marcada pela violência: a trágica história de Marcos Vinícius na Maré
Marcos Vinícius da Silva, de 14 anos, foi morto em operação policial em 2018. A ONG Redes da Maré lançou o livro "Eu Devia Estar na Escola" sobre violência. STF analisa a ADPF das Favelas para reduzir letalidade policial nas comunidades. Desde 2016, 702 crianças foram baleadas na Grande Rio; 311 não sobreviveram. A luta por justiça de Bruna da Silva destaca a impunidade nas operações policiais.
Terror. De 2016 a 2023, mais de 700 menores foram baleados no Rio. Bruna da Silva pede justiça pelo filho assassinado. Luiz Fernando entregou uma carta ao ministro Fachin. (Foto: Christophe Simon/AFP, Acervo STF e Valter Campanato/Agência Brasil)
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Marcos Vinícius da Silva, um estudante de apenas 14 anos, foi assassinado em uma operação policial no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, em 20 de junho de 2018. Ele foi atingido por um disparo de fuzil enquanto caminhava para casa após a escola. Apesar de receber atendimento médico, não sobreviveu aos ferimentos. Sua mãe, Bruna da Silva, luta por justiça e denuncia a falta de interesse das autoridades em investigar o caso, que envolve um policial civil.
A ONG Redes da Maré lançou o livro "Eu Devia Estar na Escola", que reúne relatos de crianças sobre a violência nas favelas, onde vivem cerca de 130 mil pessoas. A editora Isabel Malzoni destaca que mais de 1,5 mil alunos contribuíram com desenhos e cartas, buscando sensibilizar as autoridades sobre os riscos das operações policiais. A obra surge em um contexto de possíveis mudanças nas regras que regulamentam essas ações, que poderiam aumentar a violência.
O governador Wilson Witzel, em sua campanha de 2018, prometeu autonomia total aos policiais no combate ao narcotráfico, e logo após assumir, propôs a revogação de diretrizes que visavam reduzir a letalidade policial. Em 2019, a juíza Regina Lúcia de Almeida Castro acatou essa proposta, mas a Redes da Maré coletou depoimentos de crianças, levando o Tribunal de Justiça a restabelecer as regras anteriores. Durante a pandemia, o STF também impôs restrições às operações policiais nas favelas.
Dados do Instituto Fogo Cruzado indicam que 702 crianças e adolescentes foram baleados na Grande Rio entre 2016 e 2023, com 311 mortes. No Complexo da Maré, 128 pessoas morreram em operações policiais nesse período, incluindo oito menores de idade. Lidiane Malanquini, da Redes da Maré, critica o foco no combate ao narcotráfico em detrimento de outras questões sociais, ressaltando que o investimento em segurança é desproporcional ao destinado a atividades culturais na comunidade.
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