Gérard Depardieu admite conduta inadequada, mas nega acusações de assédio sexual

O ator Gérard Depardieu compareceu ao tribunal para o segundo dia de julgamento sobre acusações de agressões sexuais feitas por duas mulheres durante as filmagens de "Les Volets Verts", de 2021. Em seu depoimento, realizado no dia 25, ele negou os abusos, mas admitiu ter utilizado linguagem imprópria e de ter agarrado o quadril de uma das acusadoras, a cenógrafa Amélie, de 54 anos. Depardieu afirmou que a interação ocorreu durante uma discussão sobre arte, onde, ao não receber resposta, ele teria feito gestos para chamar a mulher e, em seguida, a agarrou.

Amélie, que testemunhou após o ator, descreveu a suposta agressão com detalhes, alegando que ele a apalpou entre as pernas em um corredor estreito e tocou em várias partes de seu corpo. Ela relatou que tentou se libertar, mas não conseguiu, e que Depardieu a aterrorizou, rindo de forma ameaçadora. A assistente de direção que também o acusa ainda não se manifestou publicamente. O julgamento, que deve ser concluído até o dia 26, analisa a validade das alegações de ambas as mulheres.

As acusações contra Depardieu ocorrem em paralelo a um caso anterior, onde a atriz Charlotte Arnould, de 29 anos, o acusa de ter sido estuprada em duas ocasiões em 2018. Este processo ainda está em avaliação e não chegou ao tribunal. Arnould foi uma das 50 mulheres que protestaram contra o ator no início do julgamento, acompanhada da atriz Anouk Grinberg, que também denunciou seu comportamento.

Caso Depardieu seja considerado culpado, ele pode enfrentar uma pena de até cinco anos de prisão e uma multa de 75 mil euros (aproximadamente R$ 460 mil). O ator, que era uma figura respeitada no cinema francês, se prepara para retornar às filmagens após um hiato de três anos, mas seus planos podem ser afetados pela decisão judicial.