09 de abr 2025
Crime organizado no Brasil lucra dez vezes mais com produtos lícitos do que com drogas
Estudo revela que o crime organizado no Brasil lucra mais com produtos legais do que com drogas, exigindo uma nova abordagem na política de drogas.
Crime organizado lucra dez vezes mais com combustíveis, cigarros, bebidas alcoólicas e ouro do que com substâncias proibidas (Foto: Freepik.com)
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Um estudo recente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revela que o crime organizado no Brasil obtém lucros significativamente maiores com produtos lícitos do que com drogas. Em 2022, as organizações criminosas faturaram R$ 146,8 bilhões com combustíveis, cigarros, bebidas alcoólicas e ouro, enquanto o lucro com cocaína foi de apenas R$ 15 bilhões. Esses dados questionam a eficácia do modelo punitivo atual, que criminaliza usuários e ignora as verdadeiras fontes de receita do crime.
A análise aponta que o discurso moralista em torno das drogas ilícitas desconsidera a realidade de que produtos legalizados, como álcool e tabaco, são mais rentáveis para as facções. Essa hipocrisia resulta em um ciclo vicioso, onde o encarceramento em massa de usuários não reduz o consumo, mas fortalece as facções dentro do sistema prisional, que se tornam centros de recrutamento.
A presidente do Instituto Humanitas360, Patrícia Villela Marino, defende uma reavaliação da política de drogas, propondo uma abordagem baseada em saúde pública e reinserção social. Ela destaca a importância de direcionar esforços para desarticular as estruturas econômicas do crime organizado, em vez de focar apenas em pequenos traficantes e usuários.
Marino também menciona iniciativas do Instituto que promovem a reintegração de egressos do sistema prisional, como o projeto Tereza, que capacita mulheres egressas e gera renda. A proposta é que a sociedade busque alternativas que não apenas combatam o crime, mas também ofereçam oportunidades de recuperação e desenvolvimento social.
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