09 de abr 2025
Policial militar confessa ter atirado em dois homens após assalto a sua amante
Carlos Alberto de Jesus, subtenente reformado da PM, confessou ter atirado em Igor e Thiago após um suposto roubo do celular de sua amante, Josilene. A prisão preventiva dos dois foi decretada rapidamente. O Ministério Público (MP) denunciou Carlos, mas o caso ainda não foi apreciado pela Justiça. Igor e Thiago apresentaram provas de sua inocência, enquanto a Justiça converteu a prisão de outro PM, que matou um feirante, em preventiva. O subtenente reformado da Polícia Militar Carlos Alberto de Jesus, 61, que teve a prisão pedida pela Polícia Civil em 26 de março, continua solto até hoje. Ele confessou ter atirado duas vezes contra o estudante Igor Melo de Carvalho, 31, e o mototaxista Thiago Gonçalves Marques, 24. Dois dias depois do pedido de prisão feito pela Polícia Civil, o MP (Ministério Público) apresentou denúncia contra o PM. Desde então, o caso não foi apreciado pela Justiça do Rio. O Tribunal informou ao UOL que, até agora, "não houve a redistribuição do processo para uma das Varas Criminais, conforme declínio de competência da 11ª Vara Criminal". Pedido de prisão das vítimas foi feito rapidamente. Após serem reconhecidos na delegacia por Carlos e pela amante do policial, a cabeleireira Josilene da Silva Souza, 42, a Justiça decretou a prisão preventiva de Igor e Thiago como autores do roubo do celular da mulher no dia seguinte ao fato. Pedido de prisão preventiva célere em caso mais recente. O sargento da PM Fernando Ribeiro Baraúna, que matou um feirante na manhã do último domingo (6), teve a prisão convertida em preventiva pela Justiça do Rio no dia seguinte do crime. Polícia pediu a prisão do PM por dupla tentativa de homicídio. O MP, por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial da área Penha e Irajá, acusou o policial em 28 de março, pedindo a prisão preventiva do subtenente. Mulher indiciada por falso testemunho majorado, mas sem pedido de prisão. Na noite de 23 de fevereiro, a cabeleireira Josilene teve o celular, de fato, roubado por dois criminosos, segundo a Polícia Civil. "A mulher, contudo, passou informações erradas [ao PM], produzindo efeito em processo penal", diz a polícia. A conduta de Carlos Alberto de Jesus foi espontânea, moto próprio, sem qualquer notícia de incitamento por parte de Josilene. Desferiu disparos de arma de fogo contra duas pessoas que não esboçaram nenhum ataque ou reação, com base na suposição dos mesmos serem roubadores da madrugada, terroristas do cotidiano. Relatório final da Polícia Civil A cabeleireira Josilene teve o celular roubado na Penha, zona norte do Rio, às 23h do dia 23 de fevereiro. De acordo com o boletim de ocorrência, o PM Carlos Alberto de Jesus havia deixado a mulher na rua Irani por volta das 23h e saiu para comprar uma pizza. Quando voltou, ouviu da mulher que ela teve uma pistola apontada contra o rosto e que os assaltantes tinham levado seu celular. A mulher afirmou que os assaltantes estavam em uma moto azul. Josilene afirmou ter observado que o motorista estava com uma camiseta preta, e que o comparsa, que foi quem apontou a arma, estava com uma roupa amarela. Duas horas depois, Josilene apontou para o marido dois homens com características semelhantes no mesmo bairro: Thiago, de camiseta preta, e Igor, de camiseta amarela. O PM perseguiu e emparelhou seu carro, um Golf prata, à motocicleta pilotada por Thiago. Igor estava na garupa; ele voltava para casa após ter trabalhado na noite de domingo em uma casa de samba na região. De dentro do carro, Carlos Alberto atirou duas vezes. Um dos disparos atingiu as costas de Igor, que ficou internado, mas se recuperou do ferimento. Josilene e Carlos afirmaram na delegacia que o PM só atirou porque viu que Igor tentou sacar uma arma. Nem a suposta arma nem o celular roubado de Josilene, porém, foram localizados. Pelas denúncias do casal, Igor e Thiago receberam voz de prisão. Igor ficou escoltado por policiais militares enquanto estava no hospital, enquanto Thiago dormiu uma noite no presídio de Benfica. Reconhecimento foi feito por fotografias. Nove fotos, de nove homens com características físicas semelhantes, foram colocadas em um papel para que Josilene reconhecesse quem roubou seu celular. Ela reconheceu Thiago como o piloto e Igor como quem puxou seu telefone. Thiago e Igor, porém, tinham provas evidentes de que não eram os assaltantes do celular de Josilene. Thiago trabalhava desde as 22h como motorista de aplicativo. Igor, como garçom em uma casa de samba na Penha até 1h. Imagens do circuito interno do estabelecimento mostram ele saindo do local duas horas depois do assalto. Igor estava com uma camiseta amarela que era, justamente, o uniforme da empresa onde trabalhava aos finais de semana para complementar renda. Thiago tinha carteira registrada como auxiliar de açougueiro até o fim do ano passado. Desde então, passou a alugar uma moto para trabalhar em média 17 horas por dia como motorista de aplicativo. Futuro. Estudante de publicidade em uma universidade privada do Rio, Igor também atuava como jornalista esportivo. Ele foi contratado pela Rádio Craque Neto após a repercussão do caso. Thiago iniciou na internet uma vaquinha para conseguir pagar o conserto da moto alugada, que ficou destruída, e para comprar uma outra moto para voltar a trabalhar. O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.
Carlos Alberto de Jesus, policial militar aposentado, atirou contra um estudante e um mototaxista no Rio de Janeiro. (Foto: Reprodução/TV Band)
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Carlos Alberto de Jesus, subtenente reformado da Polícia Militar, confessou ter disparado contra Igor Melo de Carvalho e Thiago Gonçalves Marques após um suposto roubo do celular de sua amante, Josilene. Apesar do pedido de prisão feito pela Polícia Civil em 26 de março, Carlos permanece em liberdade. O Ministério Público (MP) denunciou o policial, mas o caso ainda não foi analisado pela Justiça, que aguarda a redistribuição do processo.
Igor e Thiago, reconhecidos por Josilene como os supostos assaltantes, tiveram suas prisões preventivas decretadas rapidamente. No entanto, ambos apresentaram evidências de sua inocência, como horários de trabalho que comprovam que não estavam no local do crime. Igor, por exemplo, estava em seu emprego como garçom até a madrugada do dia do incidente.
Em um caso separado, a Justiça converteu a prisão de um sargento da PM, que matou um feirante, em preventiva no dia seguinte ao crime. O MP também pediu a prisão preventiva de Carlos Alberto, que disparou contra Igor e Thiago, mas a mulher envolvida no caso foi indiciada por falso testemunho, sem pedido de prisão.
Josilene relatou que teve seu celular roubado por dois homens em uma moto, levando Carlos a persegui-los e atirar. Nenhuma arma ou o celular foram encontrados. Após o reconhecimento fotográfico, Igor e Thiago foram detidos, mas suas defesas apresentaram provas que contradizem as acusações, como imagens de câmeras de segurança e registros de trabalho.
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