Grupo Vigia Mooca nega criação de boneco ofensivo de padre Julio Lancellotti, mas pode ser punido

O grupo Vigia Mooca declarou à revista VEJA que não foi responsável pela criação de um boneco ofensivo do padre Julio Lancellotti, que o retrata como comunista e o associa a um vídeo falso de 2022. Um dos usuários da página no Instagram afirmou que apenas repostou a imagem que encontrou na internet. Apesar da negação, advogados indicam que o grupo pode ser responsabilizado pelo compartilhamento da imagem, caracterizando um crime de injúria.

A advogada criminalista Carina Acioly explicou que a ofensa atinge a dignidade do padre, e como o crime ocorreu nas redes sociais e a vítima tem mais de 60 anos, a pena pode ser aumentada. Os envolvidos podem enfrentar até três anos de prisão. O padre Lancellotti, conhecido por seu trabalho com moradores de rua, anunciou que tomará medidas legais contra os responsáveis pela ofensa.

Recentemente, o religioso republicou a imagem do boneco em suas redes sociais, afirmando que tomará providências junto à Polícia Civil. Ele descreveu a situação como uma afronta inaceitável e criticou a postura do Vigia Mooca. O boneco, intitulado "LançaMilk", faz referência a um vídeo que foi provado como falso por peritos no ano passado.

A imagem do boneco inclui acessórios com conotação sexual e é uma parte de uma tendência nas redes sociais, onde usuários criam versões de si mesmos em formato de boneco. O padre Lancellotti tem uma forte atuação social na Mooca, bairro de São Paulo, e já enfrentou ataques semelhantes em campanhas políticas anteriores.