13 de abr 2025
David Cassirer avança em sua luta pela devolução de obra de Pissarro expoliada pelos nazistas
Supremo dos EUA reabre caso de quadro expoliado por nazistas, enquanto Thyssen exibe a obra, gerando indignação na família Cassirer.
Reprodução de um detalhe do quadro de Pissarro que os Cassirer reclamam ao Thyssen na entrada da exposição ‘Proust e as artes’, na sede madrileña da fundação. (Foto: Jaime Villanueva)
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David Cassirer, após mais de 25 anos de luta, teve um avanço em sua batalha para recuperar o quadro "Rue Saint-Honoré por la tarde. Efecto de lluvia" de Camille Pissarro, expoliado por nazistas em 1939. O Supremo Tribunal dos Estados Unidos reabriu o caso, permitindo que a nova lei da Califórnia, que prioriza o direito local em reivindicações de arte roubada, seja aplicada. A decisão ocorre enquanto o Thyssen-Bornemisza exibe a obra, gerando indignação em Cassirer.
O quadro foi adquirido pela fundação espanhola em 1993 por 350 milhões de dólares. A nova legislação californiana permite que cidadãos reivindiquem obras de arte roubadas, independentemente do tempo decorrido. Cassirer, músico aposentado de 70 anos, expressou otimismo sobre a nova lei, afirmando que estão "muito perto de anotar" a vitória. Em contrapartida, o advogado do Thyssen, Thaddeus Stauber, argumenta que a lei é inconstitucional e que a fundação agiu de boa-fé ao adquirir a obra.
A situação se complica com a inclusão do quadro na exposição "Proust e as Artes" do Thyssen, o que Cassirer considera uma ofensa à sua família e à memória do Holocausto. Ele destacou que a mãe de Proust, Jeanne Weil, era judia, e criticou o uso da pintura para promover a mostra enquanto o litígio permanece aberto. O museu, por sua vez, defendeu que a obra é parte da coleção permanente e não foi utilizada para promoção.
O caso do quadro de Pissarro ilustra a complexidade das reivindicações de arte expoliada. Cassirer e seu advogado argumentam que a compensação recebida por sua bisavó não exclui o direito à restituição da obra. O tribunal do Nono Circuito pode decidir sobre o retorno do caso à instância inferior, o que poderia prolongar a disputa. A história do quadro, que começou em um hotel de Paris há 128 anos, continua a gerar debates sobre justiça e moralidade na restituição de bens culturais.
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