18 de abr 2025
Turquia inicia julgamento em massa de manifestantes contra prisão de Ekrem Imamoglu
Julgamento em massa de 190 pessoas por protestos contra prisão de Ekrem Imamoglu marca um momento crítico na Turquia. Direitos humanos em risco.
Protestos contra a prisão de Ekrem Imamoglu, prefeito de Istambul. (Foto: Tolga Sezgin/Getty Images)
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Julgamento em massa de ativistas e jornalistas começa em Istambul
Istambul – Um julgamento em massa de 190 pessoas, incluindo jornalistas e ativistas, teve início nesta sexta-feira, 18, em Istambul. O processo está relacionado a protestos contra a prisão de Ekrem Imamoglu, prefeito da cidade e principal rival do presidente Recep Tayyip Erdogan. As penas podem variar de seis meses a cinco anos de prisão.
O julgamento ocorre em duas salas do Palácio de Justiça Caglayan, com réus acusados de envolvimento nos protestos realizados no mês passado. Oito jornalistas, detidos durante a cobertura dos atos, também estão entre os acusados. A defesa solicitou a anulação do processo, argumentando que os jornalistas exerciam seu direito constitucional de informar.
Direitos de expressão em questionamento
Do lado de fora do tribunal, familiares e apoiadores dos estudantes detidos realizaram um protesto pacífico. O grupo utilizou balões como símbolo da liberdade de expressão e do direito à educação. Segundo o Ministério Público de Istambul, 819 pessoas estão sendo processadas por participação nos protestos.
Hugh Williamson, diretor da Human Rights Watch (HRW) na Europa, criticou os julgamentos. Ele os descreveu como um “aviso contra o exercício dos direitos ao protesto pacífico ou à liberdade de expressão”. A HRW pediu a retirada das acusações, alegando falta de evidências concretas.
Prisão de Imamoglu gerou protestos
Ekrem Imamoglu foi preso em 19 de março, acusado de liderar uma organização criminosa e de envolvimento em fraudes e corrupção. A acusação também inclui alegações de ligação com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado terrorista pelo governo turco. O prefeito nega todas as acusações, classificando-as como “calúnias”.
A prisão de Imamoglu desencadeou os maiores protestos antigovernamentais na Turquia em uma década, com mais de 1.400 pessoas detidas. As manifestações foram reprimidas pelas forças de segurança, com relatos de violência policial em Istambul e Ancara.
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