Floyd Shivambu é criticado por visitar pastor fugitivo acusado de crimes em Malawi

Secretário do Partido uMkhonto weSizwe Visita Pastor Acusado de Fraude e Estupro

O secretário-geral do partido uMkhonto weSizwe (MK), Floyd Shivambu, gerou forte reação após visitar o pastor Shepherd Bushiri, foragido da justiça sul-africana sob acusações de estupro e fraude. A visita ocorreu em uma igreja de Bushiri, no Malawi, e foi amplamente divulgada nas redes sociais.

Shivambu, que já foi membro do Economic Freedom Fighters (EFF), elogiou o trabalho do pastor, descrevendo-o como "incomparável" no auxílio à população em áreas como economia, educação e espiritualidade. A declaração provocou a condenação do governo sul-africano e do próprio partido MK.

A ministra da Justiça e Desenvolvimento Constitucional da África do Sul, Mmamoloko Kubayi, criticou a associação de Shivambu com Bushiri, classificando-a como um "ato flagrante de desrespeito ao sistema legal" do país. Ela alertou que a atitude pode encorajar outros a fugir da justiça.

O partido MK emitiu uma nota oficial se distanciando da visita, afirmando que Shivambu agiu em sua capacidade individual e sem o conhecimento ou autorização da organização. A legenda ressaltou seu compromisso contra a violência de gênero e a exploração de comunidades vulneráveis.

Shepherd Bushiri, um pastor milionário, fugiu da África do Sul em 2020, após ser preso e acusado de fraude. Ele é acusado de explorar pessoas pobres, vendendo produtos como "óleo milagroso" com a promessa de curas e prosperidade. Apesar das acusações, Bushiri nega qualquer irregularidade.

Um tribunal do Malawi aprovou o pedido de extradição de Bushiri, mas o pastor e sua esposa, Mary, que também enfrenta acusações de fraude, recorreram da decisão. O caso continua em andamento, enquanto Bushiri continua a pregar e a atrair seguidores.

O partido MK, liderado pelo ex-presidente Jacob Zuma, obteve um resultado expressivo nas eleições de 2023, contribuindo para a perda da maioria do ANC, partido no poder desde o fim do apartheid. A ascensão do MK e a figura de Shivambu têm gerado debates sobre o futuro da política sul-africana.