Política

Estudantes muçulmanas enfrentam discriminação por uso de véu em universidades nigerianas

Estudantes muçulmanas na Nigéria abandonam cursos por proibição do uso de niqab, enfrentando discriminação em universidades.

Fieles rezam a oração do Eid al-Fitr para marcar o final do mês sagrado do Ramadã em Ikeja, Lagos, Nigéria, em uma foto de arquivo de 2023. (Foto: NurPhoto via Getty Images)

Fieles rezam a oração do Eid al-Fitr para marcar o final do mês sagrado do Ramadã em Ikeja, Lagos, Nigéria, em uma foto de arquivo de 2023. (Foto: NurPhoto via Getty Images)

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Estudantes muçulmanas abandonam cursos em universidades nigerianas devido à proibição do uso de véu

A proibição do uso de niqab em cursos de Educação Física e Enfermagem em universidades nigerianas tem levado estudantes muçulmanas a desistirem de seus sonhos acadêmicos. Recentemente, Musliah Tunmise e Adam Hikimot deixaram suas respectivas áreas de interesse por não aceitarem comprometer suas crenças religiosas.

Musliah Tunmise, de dezoito anos, decidiu não seguir a carreira de professora de Educação Física na Faculdade de Educação do Estado de Osun, vinculada à Universidade do Estado de Ekiti. Ela relatou que foi informada de que não poderia usar niqab durante as aulas práticas, que exigem roupas que não estão de acordo com seus valores islâmicos. “Prefiro abandonar a ideia de estudar do que renunciar à minha religião”, afirmou Tunmise, que optou por Biologia, onde o uso do véu não é uma barreira.

A discussão sobre o uso do véu remonta à década de 1980, com registros de conflitos entre estudantes e instituições de ensino. Um estudo de dois mil e vinte, realizado pelo Centro de Assuntos Públicos Muçulmanos (MPAC) da Nigéria, revelou que 87,6% das mulheres muçulmanas que usam hiyab e niqab enfrentam discriminação em ambientes educacionais. Em dezembro de dois mil e vinte e dois, a organização Muslim Rights Concern (MURIC) denunciou a opressão de estudantes muçulmanas em faculdades de medicina.

Adam Hikimot, que desejava estudar Enfermagem na Universidade Prince Abubakar Audu, também enfrentou dificuldades. Durante o processo de admissão, foi obrigada a retirar o niqab em público, o que a deixou envergonhada. “Me senti humilhada diante de tantos candidatos”, recordou Hikimot. Após ser admitida, decidiu não usar mais o véu para evitar constrangimentos.

A Universidade Federal de Abeokuta, em Ogun, proibiu o uso do niqab em um memorando interno, resultando em casos de assédio a estudantes muçulmanas. “Protestamos e a direção cedeu à pressão”, declarou Habibulah Adekunle, ex-presidente do Governo de União de Estudantes da universidade. O médico Abubakar Mahmud, do Hospital Federal de Ensino de Kebbi, sugeriu a criação de mais instituições que respeitem a vestimenta das mulheres muçulmanas.

A Constituição nigeriana garante a liberdade de expressão, incluindo a forma de vestir, conforme os artigos 38 e 39. A luta por direitos das estudantes muçulmanas continua, enquanto as universidades enfrentam a pressão por mudanças em suas políticas de vestimenta.

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