03 de mai 2025
Mortes de migrantes em centros de detenção nos EUA geram críticas e pedidos de investigação
A morte de Marie Blaise, migrante haitiana, levanta questões sobre a saúde nos centros de detenção do ICE nos EUA. Sete óbitos ocorreram desde janeiro.
Centro de detenção Krome do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos Estados Unidos, em Miami (Flórida), no dia 24 de abril. (Foto: Rebecca Blackwell/AP)
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Marie Blaise, uma migrante haitiana de 44 anos, morreu em um centro de detenção em Deerfield Beach, na Flórida, após relatar dores no peito. Sua morte, ocorrida no dia 25 de abril, é uma das sete registradas sob custódia do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas (ICE) desde o início do segundo mandato de Donald Trump.
Blaise foi detida em 12 de fevereiro no aeroporto de Saint Croix, nas Ilhas Virgens dos Estados Unidos, ao tentar embarcar para Carolina do Norte sem visto válido. Após ser transferida para diferentes centros, chegou ao Broward Transitional Center em abril. Durante sua estadia, que durou 20 dias, ela apresentou sintomas de hipertensão e queixas de dor no peito, mas recebeu apenas medicamentos e orientações para descansar.
Sheila Cherfilus-McCormick, representante democrata da Flórida, criticou a falta de atendimento médico adequado e as condições desumanas nos centros de detenção. Em seu discurso, afirmou que "as condições nas instalações do ICE são inumanas e insalubres", ressaltando que Blaise não recebeu a assistência necessária antes de falecer. Cherfilus-McCormick pediu uma investigação completa sobre a morte da migrante.
Desde janeiro, outras seis mortes ocorreram sob custódia do ICE, envolvendo migrantes de diferentes nacionalidades, como Honduras, Colômbia, República Dominicana, Vietnã, Ucrânia e Etiópia. A causa da morte de Blaise ainda está sendo investigada, e o ICE tem um prazo de 90 dias para divulgar os resultados.
A agência afirma que mantém um compromisso com a segurança e a saúde dos detidos, garantindo atendimento médico integral. No entanto, investigações anteriores, como uma da União Americana de Liberdades Civis (ACLU), indicaram que 95% das mortes em centros do ICE entre 2017 e 2021 poderiam ter sido evitadas com cuidados médicos adequados. A situação nos centros de detenção tem se agravado, com superlotação e falta de recursos, especialmente desde o retorno de Trump ao poder.
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