Orleans Viagens e Turismo é investigada por fraudes e contratos com o Exército superam R$ 3,3 milhões

A Orleans Viagens e Turismo, sob investigação da Polícia Federal por fraudes no INSS, recebeu R$ 5,2 milhões da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag). A empresa, com contratos com o Exército desde 2019, é suspeita de desvio de valores e movimentações financeiras incompatíveis com seu faturamento declarado.

Nos últimos cinco anos, o Exército firmou 13 contratos com a Orleans, totalizando mais de R$ 3,3 milhões. Os contratos, que visam serviços de agenciamento de viagens e aquisição de passagens, foram estabelecidos após licitações do Ministério da Defesa. O maior contrato é de R$ 2,2 milhões e cinco ainda estão vigentes.

A Polícia Federal aponta que os valores recebidos pela Orleans indicam possível desvio de recursos provenientes de descontos indevidos de aposentados e pensionistas do INSS. A empresa, com sede em São Bernardo do Campo (SP), adquiriu 16 salas comerciais e um apartamento em Diadema entre 2018 e 2025. Além disso, possui 12 veículos de alto padrão, incluindo um Porsche 911 e duas BMW X6.

Silas Bezerra, um dos sócios, gastou mais de R$ 5,4 milhões na compra de imóveis, enquanto Wagner Moita adquiriu dois apartamentos por cerca de R$ 1,8 milhão. A Orleans também participou de licitações do Ministério da Educação, com um contrato vigente de R$ 610.059,48.

Em nota, a Orleans Viagens e Turismo afirmou que todos os contratos foram celebrados de forma transparente e legal. O Exército não se manifestou até o fechamento desta reportagem.