15 de mai 2025
Vance e Prevost debatem a ordem do amor cristão na moralidade pública
A disputa entre J.D. Vance e Papa Leão XIV revela tensões sobre a caridade cristã e a moralidade pública, refletindo a complexidade da experiência humana.
O vice-presidente dos EUA, J. D. Vance (Foto: Andrew Harnik / POOL / AFP)
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O senador americano J.D. Vance e o cardeal Robert Prevost, recém-eleito Papa Leão XIV, debateram a relação entre caridade cristã e moralidade pública. A discussão ocorreu em um contexto de tensões entre conservadorismo e progressismo.
Vance defendeu uma hierarquia no amor, afirmando que o amor deve ser direcionado primeiramente à família, depois aos vizinhos e, por fim, ao resto do mundo. Ele criticou a esquerda radical por inverter essa ordem. Em resposta, Prevost afirmou que “Jesus não nos pede que classifiquemos nosso amor pelos outros”, rejeitando a ideia de uma escala moral.
Complexidade da Moralidade
Ambos os líderes falharam em reconhecer a complexidade da experiência moral humana. Inspirado nas ideias de David Hume, o debate sugere que a moralidade não se baseia em princípios abstratos, mas nas paixões e simpatias que nos conectam. Hume argumenta que a razão deve ser subordinada às paixões, e que nossos juízos morais são moldados pela capacidade de nos comover com a dor e o prazer dos outros.
Vance, ao transformar a parcialidade natural em uma doutrina, pode limitar a extensão da simpatia. Isso pode resultar em uma política que justifica a indiferença por aqueles que não compartilham vínculos primários. Por outro lado, Prevost, ao negar qualquer ordenação do amor, pode exigir uma pureza moral que não condiz com a natureza humana.
O Papel da Simpatia
A discussão entre Vance e Prevost não se resume a conservadorismo versus progressismo, mas a duas simplificações. Enquanto um absolutiza a parcialidade, o outro a suprime. A moralidade, segundo Hume, se desenvolve na mediação de paixões conflitantes, transformando sentimentos em algo comunicável.
A falta de um senso de proporção é evidente. Em um mundo polarizado, a lição de Hume permanece relevante: a ética surge quando conseguimos imaginar a dor dos outros, sem negar nossas próprias paixões, e expandir o círculo da humanidade.
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