Política

Brasil rejeita classificar facções criminosas como organizações terroristas

Brasil rejeita pressão dos EUA para classificar facções criminosas como terrorismo, defendendo que são mais semelhantes a máfias.

Foto: Arquivo/Agência Brasil

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O Brasil informou aos Estados Unidos que não irá classificar facções criminosas como organizações terroristas. A decisão foi comunicada durante uma reunião em Brasília, onde emissários da Casa Branca questionaram o Ministério da Justiça sobre essa possibilidade. O governo brasileiro argumenta que a legislação nacional não permite tal classificação e que grupos como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) são mais semelhantes a máfias.

O secretário nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo, destacou que essas facções operam como empresas criminosas em busca de lucro, sem motivações políticas ou ideológicas. Ele afirmou que, sob a perspectiva do Direito brasileiro, esses grupos não se enquadram na definição de terrorismo. A Lei Antiterrorismo de 2016 estabelece que atos terroristas devem ter como finalidade provocar terror social por razões de discriminação, o que não se aplica às facções.

Pressões Internacionais

Os Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, têm intensificado a pressão para que o Brasil adote uma postura mais rigorosa contra gangues latino-americanas. O governo americano já impôs sanções a membros do PCC e designou cartéis do narcotráfico como organizações terroristas globais. Apesar disso, a posição brasileira se mantém firme, com a defesa de que as facções são estruturas organizadas de crime, não ligadas ao terrorismo.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, apresentou um dossiê a autoridades americanas, argumentando a favor do reconhecimento do CV como organização terrorista. No entanto, especialistas alertam que essa classificação pode comprometer o Estado de Direito, já que o crime organizado tem um foco econômico, não político.

Análise da Legislação

A legislação brasileira sobre terrorismo é considerada restritiva por alguns especialistas. O professor de Direito Penal Gerson Faustino Rosa critica a exigência de comprovação de discriminação para a tipificação de atos terroristas. Para ele, a definição atual limita a aplicação da lei e sugere a criação de um tipo penal que considere a intenção de causar terror social como um fator relevante.

A discussão sobre a definição de terrorismo continua a ser complexa, com cada país formulando seus próprios conceitos, o que gera divergências nas abordagens internacionais.

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