Política

Nazismo e esoterismo: como o misticismo influenciou o regime de Hitler

Nazismo não se baseou apenas em racismo; crenças esotéricas e pseudociências moldaram sua ideologia, revela estudo recente.

Portão do antigo campo de concentração de Oranienburg, na Alemanha. (Foto: Edison Veiga)

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O regime nazista, sob a liderança de Adolf Hitler, é amplamente reconhecido por sua ideologia racista e militarista, que causou devastação na Europa durante a Segunda Guerra Mundial. Estudos recentes, no entanto, revelam que o nazismo também se fundamentou em crenças esotéricas e pseudociências, influenciando suas práticas e ideologias.

O diário de Paul Joseph Goebbels, ministro da Propaganda do regime, revela que ele se interessava por profecias de Nostradamus. Em uma entrada de 23 de novembro de 1939, Goebbels menciona que Hitler estava "muito interessado" nas profecias, considerando-as surpreendentes para os tempos que viviam. O historiador Eric Kurlander, autor do livro Os Monstros de Hitler - Uma história sobrenatural do Terceiro Reich, argumenta que essa conexão com o esoterismo não é um caso isolado.

Kurlander destaca que Hitler possuía um livro de um parapsicólogo chamado Ernest Schertel, que continha anotações feitas pelo próprio líder nazista. Frases como "Satã é o guerreiro fertilizador, destruidor e construtor" estavam sublinhadas. O historiador sugere que, embora não se saiba se Hitler acreditava em magia, ele estudava como manipular pessoas que pensavam de forma semelhante.

Influências Esotéricas

A pesquisa de Kurlander, que se baseia em documentos históricos, mostra que o nazismo foi o único movimento de massas do século XX a institucionalizar práticas sobrenaturais. Ele aponta que a Alemanha, entre as duas guerras mundiais, se tornou um terreno fértil para teorias esotéricas, em resposta a crises sociais e políticas.

O historiador também menciona a Sociedade Thule, uma união secreta que promovia tradições místicas e que influenciou a formação do Partido Nazista. A suástica, símbolo do nazismo, era um ícone do ocultismo, refletindo a fusão entre misticismo e racismo. Durante o regime, práticas ocultistas eram tanto reprimidas quanto apoiadas, com expedições para o Tibete e pesquisas pseudocientíficas financiadas pelo Estado.

Kurlander observa que a irracionalidade e o pensamento conspiratório foram fundamentais para a ascensão do nazismo. Ele relaciona essa dinâmica com movimentos contemporâneos de extrema-direita, que também utilizam elementos místicos e teorias da conspiração para mobilizar apoio. A pesquisa destaca a importância de compreender essas raízes históricas para entender a atualidade.

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