28 de mai 2025
Aborto é questão econômica e de direitos humanos, afirmam especialistas e sindicatos
A criminalização do aborto nos EUA agrava desigualdades sociais e econômicas, afetando desproporcionalmente mulheres de baixa renda e racializadas.
Partidários do direito ao aborto se manifestam na rotonda do Capitolio em Madison, Wisconsin, em 22 de janeiro de 2022. (Foto: Sara Stathas (The Washington Post / Getty Images))
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O acesso ao aborto nos Estados Unidos enfrenta desafios significativos após a revogação da decisão Roe v. Wade, que garantiu direitos reprodutivos por décadas. A criminalização do aborto e a escassez de cuidados de saúde afetam desproporcionalmente mulheres de baixa renda e racializadas, ampliando desigualdades sociais e econômicas.
Estudos indicam que ter um filho pode ser financeiramente oneroso. As mulheres que não têm acesso a abortos legais enfrentam opções limitadas, que incluem a possibilidade de morte devido à falta de cuidados médicos adequados. A criminalização do aborto não apenas prejudica a saúde das mulheres, mas também as força a situações de risco, como a dependência de parceiros abusivos.
Com a proibição do aborto em estados como Texas, as mulheres com menos recursos são as mais afetadas. Aqueles que podem pagar por um aborto têm mais facilidade em se deslocar para estados onde o procedimento é permitido, enquanto as mulheres de baixa renda enfrentam barreiras significativas. A AFL-CIO e outros sindicatos reconhecem que o aborto é uma questão econômica e de direitos trabalhistas.
A decisão do Tribunal Supremo no caso Dobbs, que revogou Roe v. Wade, ignora o impacto social e econômico de uma gravidez indesejada. Os juízes alegaram que a sociedade mudou e que não há mais estigmas associados a mães solteiras. No entanto, essa visão desconsidera as dificuldades enfrentadas por mulheres que não têm acesso a cuidados de saúde adequados e que podem sofrer discriminação no trabalho.
Além disso, a criminalização do aborto gera medo entre profissionais de saúde, dificultando o acesso a cuidados médicos. A desigualdade no acesso à saúde é evidente, com taxas de mortalidade materna mais altas entre mulheres negras. A falta de apoio e recursos para mães, especialmente em um contexto de crise de cuidados infantis, agrava a situação econômica das mulheres.
A situação atual destaca a necessidade de um debate mais amplo sobre os direitos reprodutivos e suas implicações econômicas. A imposição de restrições ao aborto não apenas limita a autonomia das mulheres, mas também perpetua ciclos de pobreza e dependência.
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