Oposição questiona Sindnapi em audiência sobre fraudes no INSS e vínculo com Frei Chico

Deputados da oposição questionaram, durante uma audiência da Comissão de Segurança Pública da Câmara, a falta de investigações sobre o Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical). A entidade é presidida por Milton Cavalo e tem como vice-presidente Frei Chico, irmão do presidente Lula. A audiência ocorreu na quarta-feira, 28 de maio.

Os parlamentares criticaram a ausência de ações da Polícia Federal em relação ao Sindnapi, que arrecadou R$ 108 milhões a mais entre 2021 e 2023. O deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP) questionou por que a entidade não foi investigada, mencionando que a nomeação de Frei Chico para um cargo de direção foi um pedido do presidente Lula. Após a mudança de tom da audiência, deputados da base governista deixaram a sessão.

O delegado da Polícia Federal Carlos Henrique Oliveira de Sousa, presente na audiência, afirmou que as investigações estão em andamento, mas o Sindnapi não faz parte do núcleo central das fraudes. Ele destacou que novas apurações estão sendo realizadas e que o campo de investigação é maior do que o inicialmente previsto.

Investigação e Polêmica

A inclusão do Sindnapi nas investigações gerou preocupação no governo e no PT. Frei Chico tem sido alvo de ataques políticos, com tentativas de desestabilizar a imagem do presidente Lula. A Polícia Federal incluiu a entidade na lista de investigados por supostas fraudes em descontos de benefícios previdenciários, mas não a considerou parte do núcleo do esquema de fraudes em uma ação da Advocacia-Geral da União (AGU).

A AGU solicitou o bloqueio de R$ 2,5 bilhões de entidades suspeitas, mas o Sindnapi não foi incluído entre as associações com "fortes indícios de terem sido criadas para fraudar". O número de associados do Sindnapi cresceu de 237,7 mil em dezembro de 2021 para 366,2 mil em dezembro de 2023, com 207,6 mil descontos em folha registrados em fevereiro deste ano.

Milton Cavalo, presidente do Sindnapi, defendeu a entidade, alegando que a inclusão em investigações é injusta e motivada politicamente. Ele afirmou que a operação "Sem Desconto" visa atacar o governo e enfraquecer uma entidade respeitada.