Senado aprova restrições que preocupam clubes sobre apostas no futebol

A Comissão de Esportes do Senado votará nesta quarta-feira (28) uma proposta que limita a propaganda de casas de apostas durante transmissões esportivas. O parecer do senador Carlos Portinho (PL-RJ) sugere que os anúncios sejam permitidos apenas cinco minutos antes ou depois dos jogos, gerando forte reação entre os clubes de futebol.

Os clubes, representados pela Liga do Futebol Brasileiro (Libra) e mais de 50 instituições, expressaram preocupação com o impacto financeiro da medida. Um estudo da Libra estima que a restrição pode resultar em uma perda de R$ 1,6 bilhão anuais. Um representante de clube afirmou que, com a limitação, "nenhuma bet vai pagar esse valor", destacando que o futebol não deve arcar com as consequências do vício em apostas.

Reação dos Clubes

Os clubes emitiram uma declaração conjunta, alertando que a proposta pode levar ao "colapso financeiro" do esporte. A nota enfatiza que a limitação das receitas publicitárias compromete a sustentabilidade do futebol brasileiro. Portinho, por outro lado, defende a proposta como uma medida necessária para combater o vício em apostas, afirmando que "o Brasil está vivendo uma pandemia de vício em apostas".

O senador acredita que os clubes podem se reinventar sem a dependência das apostas, ressaltando que a situação atual é insustentável. Ele também mencionou que a proposta pode ser ainda mais rigorosa ao passar pela Comissão.

Limitações e Regulamentações

Além da restrição de horários, o projeto proíbe o uso de imagens de atletas em campanhas publicitárias e limita a veiculação de anúncios em estádios. A proposta estabelece que apenas empresas que patrocinem diretamente as equipes ou competições poderão anunciar, o que pode afetar ainda mais a receita dos clubes.

Os clubes, como Flamengo e Palmeiras, manifestaram que a nova regulamentação pode causar prejuízos irreparáveis, especialmente para as equipes menores. A proposta ainda precisa passar pela Comissão de Comunicação e Direito Digital antes de ser votada no plenário do Senado.