Paulo Figueiredo é acusado de golpismo e permanece fora do alcance da Justiça brasileira

O youtuber Paulo Figueiredo, neto do último ditador brasileiro, é o único denunciado em um processo golpista que ainda não teve seu caso julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Desde 2015, Figueiredo reside nos Estados Unidos e não foi localizado para ser notificado sobre as acusações, que incluem tentativa de golpe de Estado e organização criminosa armada.

O STF já analisou quatro núcleos do processo, com trinta e quatro denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Dentre eles, trinta e um foram levados a julgamento, enquanto três tiveram as denúncias rejeitadas. A PGR acusa Figueiredo de colaborar em um plano para pressionar chefes militares a aderirem a um movimento golpista no final de 2022, além de disseminar informações falsas sobre as urnas eletrônicas.

Figueiredo afirma desconhecer formalmente as acusações e diz que tudo o que sabe vem da imprensa. Ele declarou: “Nunca fui notificado efetivamente sobre esta ação penal”. A Defensoria Pública se recusou a assumir sua defesa, alegando que não consegue contatá-lo devido ao seu endereço incerto. Um mandado de prisão foi emitido em 2022, mas também não foi cumprido.

Desafios e Apoio nos EUA

Atualmente, Figueiredo enfrenta bloqueios constantes de suas contas e perfis nas redes sociais, a pedido do ministro Alexandre de Moraes. Ele já criou oito perfis no Instagram e no X, e seu canal no YouTube continua ativo, com mais de quinhentos mil seguidores. O youtuber tem se reunido com figuras bolsonaristas e políticos americanos, buscando apoio para suas causas.

Recentemente, ele participou de encontros com o deputado Eduardo Bolsonaro e outros políticos dos Estados Unidos, onde discutiram possíveis sanções contra Moraes. Figueiredo pode se tornar um fator decisivo para que os EUA punam o ministro, especialmente após o anúncio de restrições de vistos para autoridades que censuram americanos. Enquanto isso, ele continua a desafiar as autoridades brasileiras, mantendo-se na mira da PGR e do STF.