Rapper Tataloo é condenado à morte no Irã por insultar santidades islâmicas

O rapper iraniano Amir Hossein Maghsoudloo, conhecido como Tataloo, enfrenta uma sentença de morte após ser condenado por "insultar as santidades islâmicas". Ele está preso desde o final de 2023, quando recebeu uma pena inicial de cinco anos por blasfêmia. A Suprema Corte do Irã confirmou a sentença de morte em janeiro de 2025.

Tataloo também enfrenta outras acusações, como promoção da prostituição e corrupção moral. Sua música, que desafia a teocracia iraniana, conquistou popularidade entre os jovens, especialmente após a morte de Mahsa Amini em 2022, que gerou uma onda de protestos no país. As letras do rapper tornaram-se mais políticas nesse contexto, refletindo a insatisfação da juventude com o regime.

Trajetória Musical

O rapper iniciou sua carreira em 2003, destacando-se no gênero underground que mistura rap, rhythm and blues e rock com letras em persa. Apesar de nunca ter se apresentado publicamente no Irã, Tataloo ganhou notoriedade com seu primeiro álbum, lançado em 2011. Em 2015, ele surpreendeu ao aparecer em um videoclipe em apoio à Guarda Revolucionária e ao programa nuclear do Irã, o que foi interpretado como uma tentativa de aproximação com o governo.

Em 2018, Tataloo se mudou para a Turquia em busca de liberdade criativa. Ele ganhou popularidade nas redes sociais, mas teve sua conta no Instagram desativada em 2020 após polêmicas envolvendo menores de idade. Apesar de sua trajetória controversa, ele mantém uma base de fãs significativa, conhecidos como Tatalities, que frequentemente expressam solidariedade nas redes sociais.

Situação Atual

Recentemente, a Suprema Corte confirmou que a sentença de morte de Tataloo "está pronta para execução". Sua prisão e as acusações contra ele refletem a repressão à liberdade de expressão no Irã. A música do rapper continua a ressoar entre os jovens, que veem nele uma voz de resistência em tempos de crescente opressão.